RIQUEZAS DO BRASIL – III

Artigo publicado em 27/10/2016 - Monitor Mercantil

Economista Marcos Coimbra

Professor, Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

A sobrevivência da espécie humana está ameaçada pelas seis crises mundiais que provocarão mudanças profundas no sistema de poder existente: energia, alimentos, água doce, matérias primas de natureza mineral, bens do reino vegetal e produtos de origem animal. As nações produtoras vão sofrer carências severas desta gama de recursos vitais. Por isto não querem diminuir seu padrão de consumo. Não lhes interessam o crescimento de nações emergentes, como o Brasil, a China, a Índia, capazes de assumirem o "status" de nações perturbadoras da ordem internacional estabelecida pelos "donos do mundo".

Temos então a explicação para a desesperada tentativa feita pelas nações mais desenvolvidas para impedir o progresso do Brasil, procurando quebrar a Integridade do Patrimônio Nacional. Atingindo o Estado Nacional Soberano, enfraquecem-nos, tornando mais fácil disseminar a cizânia entre nós, para procurar evitar que nosso país alcance o patamar de potência emergente, a altura de nossas abundantes riquezas.  Só para exemplificar: aproximadamente 16 % das reservas de água doce no mundo pertencem ao Brasil e o segundo país, o Canadá, tem 14% das reservas mundiais e isto contando as águas contidas nas geleiras. Só na Flórida, os EUA gastam anualmente quantias vultosas na dessalinização de água do mar para poder sobreviver. E, na virada do século, a água potável vai tornar-se cada vez mais rara.

Em sua história, o Brasil nunca esteve tão ameaçado, quanto no momento presente. Os chamados "centros de irradiação de prestígio cultural" (Meios de comunicação de massa, Universidades, Escolas, Teatro, Cinema e outros) são usados pelos detentores do poder econômico, pelo sistema financeiro internacional, os quais vão utilizando o Diálogo Interamericano, o Consenso de Washington, o G-7. Afinal, a globalização nada mais é do que um apelido moderno para o neocolonialismo. Há quatrocentos anos, em plena vigência do colonialismo no mundo, quem iria imaginar que a Inglaterra deixaria de ser o império onde o sol nunca se escondia, algum dia? Simplesmente agora as relações de poder são mais sutis. Concederam a independência política, mas mantiveram os laços de dominação econômicos e tecnológicos, além de um controle total dos armamentos de destruição de massa, como os artefatos nucleares. Somente os eleitos podem possuir este tipo de armamento. Quem cair em desgraça poderá ser destruído e eles não correrão o risco de serem sequer ameaçados.

Esta era a proposta inicial. Através da pressão diplomática e da "lavagem cerebral" empreendida pela mídia mundial, foram impondo estas condições e os países periféricos, administrados pelos representantes dessa oligarquia mundial, foram aderindo, inclusive, recentemente, o Brasil. Pretendem proibir até a posse de armas de fogo pelos cidadãos, bem como controlar todo o estoque mundial de armas e munições para facilitar a implantação de um “governo mundial”, dotado de uma "força de paz supranacional", obviamente comandada por eles. OS EUA representam um simples "gendarme" do sistema financeiro internacional, a ponto de não ter o menor significado quem é o seu presidente. As Instituições funcionam em sintonia fina, independentemente de quem é o primeiro mandatário. A Amazônia, por exemplo, corria mais risco de ser desnacionalizada, em curto prazo, numa administração de Al Gore, que já tinha declarado publicamente diversas vezes não pertencer aos seus possuidores legítimos, mas sim a eles. Mas, com George W. Bush não foi muito diferente. Afinal, não precisam ocupar militarmente a Amazônia para explorá-la. Para isto possuem os colaboradores de sempre, interessados em apresentar serviço para o patrão. Mas nem tudo corre como eles querem. Alguns países, como Israel, China, Índia e Paquistão reagiram e conseguiram a obtenção de poder nuclear próprio. É um complicador para os "donos do mundo". É uma ameaça para a concretização de seus projetos.

Os efeitos da adoção da globalização no Brasil são calamitosos. Começa pela Cultura. Grande parte da população já está persuadida de que não vale mais a pena lutar contra este "fenômeno irreversível". Consideram-se colonizados de novo. Conseguiram destruir não só a vontade de lutar, bem como sentimentos nobres, legados por nossos antepassados, como amor à Pátria, coragem, persistência na luta pela conquista dos Objetivos Nacionais Brasileiros, desapego a bens materiais, esperança de dias melhores não só para esta geração, mas principalmente para as gerações futuras, de muitos brasileiros. Mas ainda existem milhões de brasileiros com vontade de lutar, seja qual for a arma a ser utilizada. Corações e mentes são mais importantes do que aparato bélico. O pequeno Vietnã ensinou uma dura lição à potência hegemônica do mundo. Em paralelo, nossa indústria ou é vendida para alienígenas ou fecha. O desemprego continua acima de 12% da população economicamente ativa. O cidadão vai perdendo sua dignidade e aceitando remunerações ínfimas, sem a devida proteção trabalhista, através de mecanismos ditos modernos, como a reengenharia e a terceirização. A esperança desaparece.

Continuemos a luta para que o Brasil ocupe o lugar merecido no mundo e seus habitantes possuam uma vida mais digna. Resistir é preciso!