O FORO DE SÃO PAULO E O BRASIL

 

Economista Marcos Coimbra

Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

O Foro de São Paulo foi fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro, com o intuito de reconquistar na América Latina o que se havia perdido no Leste Europeu. Trata-se de organização que reúne de maneira promíscua partidos políticos legais, organizações terroristas e grupos narcotraficantes, com o objetivo de traçar estratégias comuns e lançar “novos esforços de intercâmbio e de unidade de ação como alicerces de uma América Latina livre, justa e soberana”. A unidade estratégica dessas organizações visa tomar o poder em todo o continente, criando uma frente de governos socialistas em oposição aos Estados Unidos. Hoje, duas décadas depois, o Foro de São Paulo governa 16 países, nos quais aplica a mesma agenda de aparelhamento do Estado, de limitação das liberdades civis, de relaxamento no combate ao narcotráfico, de perseguição à oposição e à imprensa livre (Brasil, Bolívia, Chile, Cuba, Equador, El Salvador, Nicarágua, Peru, Uruguai, Venezuela etc.). A Argentina é associada.

Seu propósito é implantar governos socialistas na América Latina, via eleições "democráticas", que mais tarde serão convertidos em governos totalitários, a exemplo do modelo cubano em vigor, tudo sob a falsa retórica de "democracia", tal como eles, os comunistas entendem. Os principais campos de atividade do Foro são a subversão política e social de todo o continente latino-americano. Tudo sob a falsa retórica da "democracia". Trata-se, portanto, de uma organização que se mantém no anonimato para que seus projetos totalitários não sejam identificados antes que se complete o plano de dominação e implantação do pensamento hegemônico no Brasil e no continente Latino-americano. O Foro de São Paulo conta com o apoio implícito da ONU e da OEA. Na realidade, é o embrião da criação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

O receituário empregado é o mesmo. Existe um projeto de poder e não de governo. Então é possível entender aquilo que ocorre na América Latina. Aproveitando-se das vulnerabilidades da Democracia, através de eleições ditas democráticas, um destes grupos ganha as eleições em seu respectivo país, até praticando estelionato eleitoral. A seguir, cooptam o Poder Legislativo, utilizando-se do denominado “presidencialismo de coalizão”, caracterizado pelo emprego de meios nada “republicanos”, como podemos verificar com o “mensalão” e a operação Lava Jato. São centenas de congressistas integrados à base do partido no poder, na base do “toma lá, dá cá”. O próximo passo é a progressiva infiltração no Judiciário até torná-lo um departamento do Executivo, como foi feito na Venezuela. A propósito, mais da metade dos membros dos Tribunais Superiores do Brasil foi nomeada pelos petistas.

A meta então é reformar a Constituição de modo a assegurar a permanência no poder dos participantes do Foro de São Paulo. Vale tudo, a exemplo do ocorrido na Bolívia, no Equador e outros países. Passam a valer a reeleição sem limites, a eleição de parentes e outros expedientes. Existe a clara interferência de políticos de outros países nos assuntos internos de outros, como, por exemplo, o declarado apoio de Lula e Dilma ao candidato de Cristina Kirchner, inclusive com “marqueteiros”. Está explicada então a “doação” (empréstimos que nunca serão pagos) de centenas de milhões de dólares a países com administrações “companheiras”, por empreiteiras amigas, doadoras significativas de campanhas eleitorais. Também se proíbe o acompanhamento externo por observadores internacionais como aconteceu na Venezuela, com o veto ao ministro aposentado do STF Nelson Jobim, indicado pelo TSE. A apuração eletrônica é uma caixa preta, sem confiabilidade. No Brasil, recentemente o Congresso aprovou o retorno da impressão eletrônica do voto, mas a presidente Dilma vetou o artigo, com a desculpa de evitar despesas da ordem de R$ 1,8 bilhão. Perto dos vultosos valores das despesas com cartões corporativos sem controle, empreguismo desenfreado de dezenas de milhares de apaniguados políticos, da corrupção astronômica observada nas principais empresas governamentais, em conluio com hábeis “lobistas”, que disfarçam suas comissões por meio de artifícios variados, como realização de “palestras”, é piada. E de mau gosto.

As Instituições Nacionais são erodidas progressivamente. Nenhuma escapa. Famílias, Escolas, Forças Armadas, enfim, todas. Prega-se a descriminalização das drogas, a proibição ao cidadão do direito de defesa, o ataque aos princípios e valores morais e éticos de nossa gente, a imposição de práticas esdrúxulas por minorias orientadas pelo exterior, ao arrepio de nossa cultura, a imposição de ensino de cunho “gramscista”, chegando ao extremo de obrigar aos vestibulandos a responder de acordo com a ideologia dos examinadores, sob pena de reprovação e outros absurdos. As Forças Armadas são objeto de permanente e violento ataque, sendo sabotadas por intermédio do não atendimento de suas necessidades vitais.

 Até quando o povo brasileiro suportará, sem a devida reação, este dramático processo de tomada de poder pelos inimigos da Democracia?