O BRASIL SERÁ O GRANDE PERDEDOR
Artigo
publicado em 11.09.14-MM
Economista
Marcos Coimbra
Professor,
Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa
e Autor do livro Brasil Soberano.
Seja quem for
o vencedor do próximo pleito presidencial em nosso país, os brasileiros serão
os grandes derrotados. Isto porque nenhum dos três principais candidatos
possui, em nosso entendimento, condições razoáveis de ser o
primeiro mandatário de uma Nação como a nossa, em um cenário bastante complexo
e adverso. Inclusive, dos dez candidatos, seis foram ou são petistas.
Escapam apenas quatro: o tucano Aécio, o pastor Everaldo e os Srs. Levy e Eymael.
A candidata à reeleição revelou-se
incapaz de administrar o Brasil de forma sequer razoável. A sequência de
escândalos já atinge o limite máximo imaginado. O último, realçado pelas
bombásticas revelações do ex-diretor Sr. Paulo Roberto Costa, fere
profundamente a todos nós, brasileiros nacionalistas, defensores ferrenhos da
nossa eterna Petrobras.
É triste
verificar o aparelhamento político-partidário da empresa símbolo do Brasil com
suas nefastas consequências.
O “mensalão 1” já foi uma
dose cavalar. Seguiram-se então Pasadena, Abreu Lima e outros. Não é possível
acreditar que a “grande gerente”, tendo exercido as funções de ministra de
Minas e Energia, da Casa Civil, presidente do Conselho de Administração da
Petrobras e agora na Presidência, de nada sabia. Neste caso, então é de uma
incompetência gritante. Se sabia e nada fez para
impedir os “malfeitos” é no mínimo conivente.
A situação econômica é grave. Temos uma
taxa de inflação no teto da meta, apesar do represamento de inúmeros setores
(energia, combustíveis e outros), um crescimento pífio do Produto Interno Bruto
(PIB) com a previsão de algo inferior a 1%, um déficit estimado do Balanço de
Pagamentos em Transações Correntes no corrente ano de cerca de US$ 80 bilhões,
uma taxa de desemprego, segundo o DIEESE de 10,8% em junho do corrente ano, e de 7% segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, contra 5% da Pesquisa
Mensal de Emprego (PME), uma dívida externa de US$ 526,3 bilhões, considerando os empréstimos
intercompanhia de US$ 197,9 bilhões.
O
real está sobrevalorizado devido à atuação do Banco Central. Estima-se um
reajuste de pelo menos 15 % após as eleições. A taxa de investimento não
consegue ultrapassar o patamar de 18% e a taxa de poupança fica em 14% do PIB.
O ministro da Fazenda torna-se um “pato manco”, pois já foi anunciada sua saída
ainda restando quatro meses de “governo”.
Isto
sem contar o Passivo Externo Bruto, em torno de US$ 1,3 trilhão já em 2010,
segundo o Prof. Reinaldo Gonçalves. A corrupção campeia livremente sem ser devidamente
coibida. Centenas de milhões de dólares são doadas a “governos amigos”, com o
perdão de dívidas, ou através de financiamentos do BNDES a empreiteiras
privadas, generosas doadoras de campanhas eleitorais, que também nunca serão
ressarcidos devidamente. Ganham as empreiteiras, os países agraciados e perde o
povo brasileiro. E ainda afirmam que não temos recursos para investir na saúde,
na educação, na segurança, enfim, na infra-estrutura
econômico-social. Até para os quase dez milhões de aposentados que recebem
pouco mais de um salário mínimo de aposentadoria não há dinheiro para reposição
de seus “benefícios”.
Na expressão política, com a reeleição, teremos a
definitiva implantação de um regime bolivariano no Brasil, a exemplo do
ocorrido na Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e outros sob a inspiração
castrista. Os exemplos da Venezuela e da outrora próspera Argentina são
gritantemente esclarecedores das consequências do populismo autoritário e da
incompetência explícita. Se agora, já está assim, imaginem se a reeleição de
Dilma ocorrer. Teremos a aplicação, na prática, dos piores pesadelos dos defensores
da democracia, com a confirmação das previsões do genial escritor George Orwell
(Eric Blair). E o pior. A falta de confiabilidade das urnas eletrônicas de
primeira geração da Diebold, que está sendo
processada nos tribunais dos EUA.
O senador Aécio possui compromissos políticos que o
impossibilitam na prática de administrar o país com soberania e independência.
Sua dependência a FHC piora o quadro, pois o pecado da reeleição foi cometido
pelo sociólogo, quando na prática prorrogou seu mandato por mais um período.
Não revela carisma e os indicadores de seu desempenho são decepcionantes a
começar pela sua posição atual nas pesquisas em MG que o apresentam em terceiro
lugar. Pode ser que se recupere agora, pois não foi atingido pelo “mensalão 2”.
Quanto à messiânica Marina, ela representa um salto
no escuro, se bem que é notória representante dos interesses anglo-saxões no
Brasil, bem como apresenta em sua assessoria representantes
do segmento financeiro e de ONGs ligadas ao movimento mundial de
oposição ao desenvolvimento de Nações emergentes, apesar de suas origens no PCR
(Partido Comunista Revolucionário) e no PT. Porém, para manter-se no poder terá
que fazer alianças mais programáticas do que os já repudiados acordos do
denominado “presidencialismo de coalizão”.
Resta-nos apoiar a quem cause menos prejuízo ao
nosso Brasil.
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