ETERNOS MALIGNOS
Artigo publicado em 20/07/2017 - Monitor
Mercantil
Economista
Marcos Coimbra ,
Professor, Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho
Diretor do CEBRES, Acadêmico fundador da
Academia
Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.
Existem pessoas que pensam vinte e quatro horas por dia em fazer o mal,
como tirar dinheiro principalmente da classe média e dos menos favorecidos,
tanto na esfera pública como na área privada. São os malignos, criaturas do
mal. Nero, Calígula, Herodes. Foram sucedidos pelos novos malignos, mais
sutis. No setor público, criam
dificuldades para gerar facilidades. Há dezenas de impostos, taxas,
contribuições tarifas e cobranças de toda ordem. Aumentam arbitrariamente as
alíquotas. Inventam justificativas pueris para extorquir o cidadão. A prefeitura
do Rio de Janeiro, chegou a transferir da Santa Casa
para a iniciativa privada a administração dos cemitérios, criou um verdadeiro
IPTU dos mortos. Principiou com a cobrança aos proprietários dos jazigos uma
taxa de até R$ 500,00 por ano a título de manutenção, sob pena de perda da propriedade em três
anos. Isto é para começar. Depois, o céu é o limite.
Ao mesmo tempo, diminuíram a alíquota do IPTU de supermercados para
quase a metade e beneficiam os segmentos
financeiro e bancário, que, apesar de usufruírem o maior lucro da história,
praticamente nada pagam de imposto de renda em comparação com o assalariado. É
a tática “Hood Robin”: tirar dos pobres e remediados para dar aos ricos, ao
contrário do lendário aventureiro Robin Hood. A indústria de multas prospera
inclusive com a sociedade com
empresas privadas.
A cada mudança na legislação ocorre mais um assalto ao contribuinte.
Tanto na esfera federal, como na estadual e na municipal. Os governantes estão
cada vez mais ricos. Vão ao Exterior como o cidadão comum vai à Niterói. Gastam
fortunas em festas suntuosas e segurança para si e para seus parentes.
Transmitem o mandato legislativo de pai para filho, de marido para mulher, de avô para neto, ancorados em
uma sólida base assistencialista e clientelista, usando a corrupção. O
empreguismo é desenfreado. E o pior. Pouco é dado em contrapartida. As estradas
estão resumidas a uma sucessão de crateras (vide BR-101), a energia vai entrar
em colapso quando o Brasil voltar a crescer acima de 3 % ao ano. A corrupção
campeia em todos os segmentos.
As comunicações foram entregues a
corsários alienígenas. A saúde pública está abandonada. A educação pública,
refém de cotas, forma analfabetos funcionais. A segurança pública desapareceu.
A previdência pública está sendo deliberadamente quebrada, para propiciar o
crescimento da previdência privada. Os fundos de pensão estão sendo saqueados.
O país cresce como rabo de cavalo. Para baixo. Enquanto isto, países
pertencentes aos BRICS, em especial China, e Índia crescem. Mas lá os corruptos
são exterminados com um tiro na nuca e a família ainda paga a bala.
Na esfera privada, progressivamente toda a atividade produtiva vai sendo
comprada pelo segmento financeiro. De fato, o segmento especulativo no Brasil
agora usa empresas comerciais e industriais para captar clientes cativos e
lucrar, de fato, no giro do dinheiro. É por esta razão que, atualmente, apesar
da recente mudança de legislação ainda é muito difícil comprar à vista em
qualquer loja. O desconto oferecido não compensa, quando é comparado com a
possibilidade de pagamento no cartão de crédito, em várias parcelas, “sem
juros”. É óbvio que o valor dos juros já está embutido no preço estipulado da
mercadoria oferecida. Vejam as ofertas das principais lojas de varejo no
Brasil. Aceitam o pagamento em 12 vezes, com início até dois meses depois da
compra, sempre anunciando, com raras exceções, que o valor é o mesmo tanto para
o pagamento à vista como em “suaves” prestações. Não pode ser. Outro exemplo é
o empréstimo com consignação em folha para aposentados e pensionistas, com
risco zero para os Bancos, que chegam a cobrar até 5% ao mês. É uma das maiores
crueldades perpetradas contra os menos favorecidos, os quais estão se
endividando brutalmente, estimulados por irresponsáveis meios de comunicação,
sem controle das autoridades econômicas.
Mais um exemplo é a chamado Bolsa Família, que agrupou vários benefícios
de caráter assistencialista, com finalidade nitidamente eleitoreira. É
inclusive um obstáculo à mobilidade social, pois se o beneficiário conseguir
algum rendimento adicional legal, pode perder a doação, abrindo caminho para
uma grande quantidade de desvios e descaminhos, favorecendo a economia
informal. É criada a cultura do “coitadinho”, onde não é necessário esforço
para conseguir o sucesso. Não precisa estudar, nem trabalhar, pois o Grande Pai
proverá tudo aquilo necessário. Surgem as quotas e bolsas. Se não possui casa
própria é só invadir que lhe será dada. Só que a fonte fornecedora dos recursos
está secando, pois cada vez mais existe menos renda na população pagadora de
impostos e mais “benefícios” criados pelos malignos.
É difícil combater os malignos, pois seu poder é incomensurável. Controlam os meios de comunicação, elegem representantes no Poder Executivo e no Legislativo. Influenciam até o Judiciário, nomeando “adeptos”. O povo brasileiro merece respeito e dignidade. É chegada a hora de todas as pessoas de bem unirem-se para que, algum dia, nossa Pátria volte a ser o que já foi em tempos passados. Um Brasil soberano, em ritmo de desenvolvimento, funcionando quase a pleno emprego, com uma classe média pujante e com a contrapartida de serviços coletivos dignos.