RESTABELECENDO
A VERDADE DOSFATOS
Publicado no Vila em
foco em 12/2005
O mês de dezembro é propício para a
realização de balanços de realizações, de verificação de objetivos e metas planejados,
cotejados com a realidade dos fatos. É tempo de reflexão!
Aproveitamos esta oportunidade para
descrevermos fato verídico acontecido
conosco na época da contra-revolução de março de 1964, para tentar
restabelecera verdade de fatos ocorridos na História do Brasil, infelizmente
tão deturpados atualmente, ou por má fé,
ou por ignorância, em especial por uma parcela da mídia, inteiramente parcial,
refratária à verdade dos acontecimentos havidos naquela época.
Havíamos saído do Colégio
Militar do Rio de Janeiro, quando
fizemos concurso para escriturário do Banco do Brasil. Passamos,tendo sido
nomeados para tomar posse em Curitiba, em dez/63.
Antes de mar/64,houve uma eleição para o sindicato
local, quando concorriam duas chapas. Uma declaradamente comunista, de
situação, e outra de oposição.Votamos nesta última,é claro, e o voto era
aberto. Tínhamos 20 anos e estávamos sós, sem qualquer apoio, residindo em uma modesta pensão.
No dia seguinte à eleição, de
manhã, quando estávamos trabalhando no setor de cobrança, adentrou o recinto um
“colega” de Banco, de nome Rui, com cerca de 35 anos, casado, filho de um
coronel do Exército, o qual interpelou-nos agressivamente, aos berros,
afirmando mais ou menos o seguinte: Você é um reacionário! V.votou contra nós
na eleição de ontem!Mas V. não perde por esperar! Nós vamos fazer uma revolução
no Brasil ainda este ano e os reacionários vão para o “paredão”, para serem
fuzilados, como em Cuba!E já colocamos seu nome na lista para ser morto!
Perplexos, nada entendemos,olhando para nosso chefe, que olhava para outro
lado, como nada tivesse acontecido. Ele também era simpatizante do “paredão”,
depois soubemos. Como entrou, o “colega” saiu em sua cruzada revolucionária.
Quando o expediente terminou,
perguntamos a um colega com o qual tínhamos alguma afinidade: Quem é este
camarada? E ele respondeu: É um dos principais líderes do Movimento Comunista
Internacional(MCI) aqui no Paraná! Indagamos então se
havia algum grupo anticomunista lá, afim de que pudéssemos, pelo menos, ter a
oportunidade de morrer lutando. O colega respondeu afirmativamente, indicando
seu nome e local de trabalho. De imediato, entramos em contato com ele,
narrando o ocorrido. Convidou-nos então a integrar o seu grupo, de resistência
democrática, todos também agraciados com o nome na “lista do paredão”.
Foi assim que passamos a lutar,
na área sindical, em especial bancária, contra o MCI. Felizmente, naquela
ocasião,ganhamos. Eles perderam, seqüestraram,mataram, roubaram, torturaram,
justiçaram, explodiram aeroportos, como o de Guararapes, e hoje estão no poder.
Caso tivessem vencido, teríamos perecido no“paredão”
comunista. E hoje eles falam que lutavam pela democracia, a partir de um “golpe
militar” havido em abril/64. E que vários
companheiros foram mortos,presos, torturados pela “ditadura militar”. E recebem
fortunas de indenizações epensões vitalícias, isentas
até de pagamento de imposto de renda, enquanto nossas Forças Armadas estão na
penúria, o país está sendo destruído,transformando-se
em uma colônia, pagando centenas de bilhões de dólares de juros de “dívidas”,
em especial ao longo dos últimos onze anos. As Instituições estão sendo
extintas. Os pobres cada vez mais pobres. Os ricos cada vez mais ricos. A
classe média desaparecendo.
Onde estão nossos lideres? Até
quando o Brasil vai resistir a esta tempestade permanente de corrupção,
impunidade, entreguismo e traição à Pátria?
Prof. Marcos Coimbra
Professor
Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor aposentado
na UERJ e Conselheiro da ESG.
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