PRESTAÇÃO DE CONTAS

Artigo publicado no jornal Ombro a Ombro em Outubro/2000

 

Hoje é dia 02 de outubro de 2000. Segundo dados publicados pela imprensa, de responsabilidade do TRE-RJ, através da computação de votos pelo sistema eletrônico de processamento, recebemos cerca de 23.000 votos dos eleitores do município do Rio de Janeiro.

Queremos agradecer a todos esses companheiros de ideais, que sonharam conosco, com o objetivo de conquista, via eleitoral, da Prefeitura do Município, pela confiança em nós depositada. Nenhum desses votos foi obtido com a promessa de qualquer vantagem ou benesse. Não prometemos nada a ninguém, em termos de vantagens pessoais. Somente fizemos uma promessa de campanha durante todo o período: o de retirar em 90 dias todas as crianças de e na rua, segundo projeto elaborado por um ex-juiz de menores do Rio. E não tenham dúvidas que faríamos isso caso tivéssemos sido eleitos. Infelizmente, dessa vez não deu. Mas não vamos esmorecer. A luta continua e continuará sempre, enquanto houver um brasileiro patriota disposto a lutar pelo ideal de um Brasil próspero, pujante, caracterizado pela justiça social e pelo bem estar de seu povo.

Todos sabem que não tínhamos recursos financeiros ou materiais para empreender uma campanha do porte dos nove primeiros colocados, quase todos em pleno exercício do poder, com cargos no legislativo ou no executivo ou com, no mínimo, mais de três minutos de TV ou ex-prefeito ou ex-governador. Recebemos apenas 30 mil "santinhos" para a campanha, a três semanas do final do pleito. Nada mais. Nem out-door, nem galhardetes, nem plásticos, nem faixas, nem adesivos, nem canetas, nem carros de som. Só possuíamos o horário gratuito da televisão. Até o espaço das inserções, na última semana, foi retirado, por decisão interna do partido. Dos 52 candidatos a vereador, somente 12 trabalharam conosco. Grande parte foi cooptada por outros candidatos com maiores recursos financeiros.

Grande parte da mídia simplesmente ignorou nossa candidatura, chegando ao cúmulo de omitir nossa agenda de campanha, regularmente mandada para quem de direito. Os demais candidatos tinham suas respectivas agendas divulgadas diariamente. Houve vários debates. Participamos de todos aqueles para os quais fomos convidados. Apenas um foi divulgado. O da TV Bandeirantes, onde obtivemos boa avaliação no consenso geral. Os demais foram boicotados pelos " principais" candidatos e omitidos pela imprensa. Fomos discriminados ao não sermos convidados para outros debates, apesar de isto representar infração à lei, pois o PRONA era um dos nove partidos com direito a participação igualitária, em função de representação no Congresso. Mas quem cumpre a lei nesse país?

Quando começamos a incomodar, crescendo nas pesquisas, que sempre nos apontaram com intenção de voto inferior a 1%, iniciou-se um sórdido ataque de sicários a soldo do sistema, procurando atingir-nos pessoalmente. Por coincidência todos escritos por integrantes do principal grupo de comunicação do país. Um deles está sendo processado devidamente. Os outros não merecem esse trabalho.

Pretendemos, ao longo do tempo, usando os meios de comunicação ao nosso alcance, como nosso site, os jornais Ombro a Ombro, Monitor Mercantil (5ªfeira), O Esquadro e Vila em Foco continuar a lutar pelo resgate do nosso país, desenvolvendo o projeto Brasil Soberano, denunciando a sordidez existente nos bastidores dessa campanha, ministrando aulas, proferindo palestras.

Entramos nessa campanha com a cabeça erguida e dela saímos da mesma forma, com dignidade, com a consciência do dever cumprido, sem termos sido levados pelo mar de lama existente em uma campanha desse tipo.

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia na Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG