PRECEDENTES PERIGOSOS

Prof. Marcos Coimbra

Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

(Artigo de 25.08.11-MM).

         Denunciamos, por diversas vezes, neste espaço fatos estranhos e perigosos ocorridos nos últimos tempos na esfera mundial, com capacidade de gerar sérios problemas no futuro próximo para todos os países.

         E, infelizmente, eles continuam a ocorrer em escala crescente e cada vez mais ameaçadores. No âmbito internacional, a Justiça dos EUA acaba de reconhecer a inocência do Sr. Dominique Strauss-Kahn, retirando as acusações de estupro e violência sexual assacadas contra ele. As consequências imediatas  da acusação são conhecidas de todos. Ele não só perdeu o poderoso cargo de diretor-gerente do FMI, como também talvez tenha perdido o tempo para ser o candidato do Partido Socialista à presidência da França. E era o favorito nas pesquisas.

E a quem interessava isto? Justamente aos “donos do mundo”, ou seja, os controladores do sistema financeiro internacional, de variadas origens étnicas, porém subordinadas ao comando central de organizações secretas. O fato é que o alvo foi eliminado e a Sra. Christine Lagarde de inteira confiança deles, francesa, mas com ligações muito próximas aos EUA, conseguiu o cobiçado lugar.

         A questão da Líbia também é emblemática. A desculpa agora apresentada para a intervenção estrangeira comandada formalmente pela Otan foi a “proteção da população civil”. No caso do Iraque tinha sido a existência de “armas de destruição em massa”. Khadafi era qualificado como presidente, quando estava nas boas graças dos “donos do mundo”, ou seja, quando era útil aos seus interesses. Depois, passou a ser denominado de coronel e agora de ditador.

A “população civil” agredida passou a ser força rebelde e o conflito agora é classificado como guerra civil pela grande imprensa do mundo inteiro, com honrosas exceções. O notório Tribunal Penal Internacional, instrumento de manipulação empregado quando conveniente, já o denunciou, bem como a seu filho, tal como anteriormente fez com Saddam Hussein, assassinado por enforcamento. Não é difícil imaginar qual o destino de Khadafi. Já houve várias tentativas mal sucedidas com esta intenção.

Agora, caso não “desapareça” em combate, tendo seu corpo jogado ao mar, como Bin Laden, será “julgado”, devidamente condenado e também assassinado. E não vale afirmar ser a razão disto a de que ele é um ditador sanguinário, pois existem muitos iguais ou piores do que ele, na mesma região, atualmente classificados como reis, primeiros mandatários e até estadistas. Serão devidamente qualificados como ditadores sanguinários, quando deixarem de ser úteis aos seus senhores. E as fontes de recursos naturais, em especial o petróleo, vão sendo apropriadas pelos “solícitos e gentis” neocolonialistas, que ganham duplamente, pois também empregam suas armas e munições, generosamente contra populações indefesas, ativando as atividades de seus respectivos complexos industriais militares.

A Síria parece ser o próximo alvo dos “benfeitores” da humanidade, ansiosos por proteger a  “população civil” e tirar do poder o “sanguinário ditador” Bashar al-Assad. Interessante que não se preocupam com outras ditaduras vizinhas, nem com o bem estar de seus povos. O importante é o petróleo. Fica difícil acreditar nos seus princípios éticos e morais.

No tocante ao nosso Brasil fica a preocupação com o amanhã, principalmente de nossos descendentes. É flagrante a vulnerabilidade existente com a assinatura pelos representantes do país da famigerada Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas, aprovada na Assembléia Geral da ONU, em setembro de 2007, bem como pela aprovação pelo Congresso de um ato da OIT (Organização Internacional do Trabalho), denominado  Convenção Relativa aos Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes, cujo texto extrapola as relações de trabalho e entra nos assuntos “terras”e “recursos minerais”, criando as condições para subtrair do território brasileiro mais de metade de sua área, através de demarcação de “terras indígenas”.

O ilustre brasileiro Jornalista Barbosa Lima Sobrinho já definia que no Brasil só existiam dois partidos políticos. O dos heróis, representados por Tiradentes e o dos seguidores do traidor Joaquim Silvério dos Reis. Analisando friamente, se isto é possível, a iminente perda de mais da metade do território nacional, representada, de início, pela demarcação irresponsável de vastas áreas do Brasil para indígenas (agora já criaram também os “quilombolas”), por “coincidência” justamente onde já estão mapeadas e conhecidas vastas riquezas e recursos naturais, que, no decorrer do tempo serão arrancadas do nosso país, sob qualquer pretexto, algumas reflexões se fazem necessárias.

Qual o país do mundo que, por “vontade própria”, sem o disparo de um tiro sequer, abre mão de um milímetro do seu território sem resistência armada? Em que lugar se escondem as autoridades (ir)responsáveis, por omissão, covardia, cumplicidade, leniência  ou por outro motivo qualquer, que não reagem contra o crime de lesa-pátria a ser perpetrado? Onde está o povo brasileiro que assiste passivamente, anestesiado, amorfo, sem protesto à perda de recursos naturais que podem transformar o país em uma das maiores potências do mundo, propiciando uma elevada qualidade de vida aos seus cidadãos? Será que o Brasil não fabrica mais Homens de verdade?

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