PLANO DIABÓLICO

 

Artigo publicado em 30.01.2003 no Monitor Mercantil.

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.

 

       Uma das normas impostas pelos "donos do mundo" trata das Forças Armadas dos diversos países, prevendo sua progressiva extinção como Instituição responsável pela Segurança Nacional de cada um. Esta determinação também consta das recomendações elaboradas a partir do encontro conhecido como "Consenso de Washington". O objetivo final é a criação de um governo mundial, a ser comandado pelos EUA, com a colaboração de alguns aliados. A ONU deverá ser utilizada apenas como cobertura para as ações deste reduzido grupo de países.

       O mundo foi dividido entre três grupos de países: 1º) o dos mais desenvolvidos (G-7), destinado a produzir bens mais sofisticados e a gerar tecnologia, cada vez mais prósperos (Ex: EUA); 2°) os países ditos intermediários, possuidores de vastos recursos naturais, que seriam dependentes da tecnologia dos primeiros, produzindo os bens dependentes dos fatores de produção trabalho e terra, abundantes, com seus efeitos poluidores do meio ambiente (Ex; Brasil); 3°)) o dos países simplesmente extratores, meros fornecedores de matérias primas (Ex: Bolívia). Esta nova ordem internacional deve vigorar a qualquer preço e as nações perturbadoras (China, Índia) devem ser contidas, por intermédio de ações econômicas, políticas, psicossociais e até militares.

       Daí percebe-se que um dos requisitos impostos pelas nações centrais às nações periféricas é justamente o de abdicarem de suas respectivas soberanias nacionais, aceitando a tese da soberania relativa. Para isto é vital a extinção progressiva das Forças Armadas dos demais países, em um processo diabólico. De início, a mídia amestrada procura desmoralizá-las e a seus integrantes, sob qualquer pretexto. Em seguida, cortam os recursos orçamentários destinados a elas, tirando-lhes as condições de operação, progressivamente, fazendo-as abdicar do domínio do ciclo de tecnologia nuclear, para impedir o acesso a artefatos nucleares. Depois, extinguem o serviço militar obrigatório, para cortar os vínculos dos militares com o povo, sob o pretexto de que bastam soldados profissionais nas Forças Singulares. Depois, diminuem seus efetivos ao mínimo, impondo-lhes uma formação eminentemente profissional, extirpando os fundamentos cívicos, morais e éticos dos seus currículos, colocando-os ainda sob o comando de um civil. Em seguida, passam a empregá-las nas chamadas ações complementares (construção de estradas, entrega de alimentos, combate à fome e outras), que deveriam ocupar somente 10% de seu tempo e passam a ocupar cada vez mais seu espaço. Finalmente, transformam-nas em meras milícias de combate ao narcotráfico e de controle social, passando a responsabilidade da Segurança Externa para uma "força internacional de paz", constituída por tropas multinacionais, sob a chefia da potência hegemônica, que passará a ser a responsável pela Segurança Coletiva.

       Em paralelo, outras ações são implementadas, tais como o esvaziamento das Forças Auxiliares (polícias militares), a progressiva intimidação das autoridades, em especial da polícia civil, o fortalecimento de ONGs, em especial de direitos humanos, o desarmamento da população civil, composta pelos cidadãos dignos e de bons costumes, deixando a população  desprotegida, a mercê dos grupos organizados de criminosos, tirando-lhes a capacidade de resistência. O plano diabólico elaborado estará completo.

       Será muito mais fácil para os países mais ricos exercer seu poder sobre as nações periféricas, acelerando o processo de transferência de renda destas últimas para as primeiras, com o emprego das leis do comércio internacional e  das taxas cambial e de juros, aumentando cada vez mais as diferenças de renda e de padrão de vida entre os dois grupos. Estará cristalizada a disparidade entre ricos e miseráveis, com suas graves implicações econômicas, políticas e psicossociais, principalmente. Será muito difícil para qualquer país menos desenvolvido melhorar as condições de vida de seu povo, ascendendo ao patamar das nações superiores.

       É  imperioso iniciar o movimento de resistência, no âmbito nacional, com a participação de todas as forças vivas do Brasil, no sentido de obstar a concretização deste plano maléfico.

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