PENSANDO O BRASIL DO FUTURO

Artigo publicado em 18.03.2004 no Monitor Mercantil

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.

       O Brasil necessita urgentemente de um Plano Nacional de Desenvolvimento capaz de contemplar os aspectos econômicos e sociais com eficácia, sob pena de tornar-se ingovernável em curto espaço de tempo e tem de ser feito por especialistas brasileiros (e os temos em qualidade e quantidade satisfatórias), com base nos anseios, necessidades e desejos da população, alicerçados na filosofia, doutrina, ideário e teoria adequados para seus formuladores, analisando-se a situação internacional e a situação nacional, levantando as necessidades básicas (carências que devem ser atendidas), estudando-se os óbices existentes.

       Para isto, necessita de Instituições que pensem o país, a médio e longo prazo. De um modo geral, a maioria dos especialistas e técnicos, em especial economistas, está engajada no controle das variáveis econômicas de curto prazo e poucos se preocupam com o futuro. Até o ministério do Planejamento, órgão responsável pela missão, possui grande parte de seu trabalho absorvido pelos problemas conjunturais. Poucas organizações preocupam-se com a tarefa de elaborar o Planejamento Estratégico do Brasil. E uma delas é justamente a Escola Superior de Guerra (ESG) e seu prolongamento natural, a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

       A Escola Superior de Guerra (ESG) foi criada pela Lei no. 785, de 20 de agosto de 1949, como “Instituto de altos estudos, subordinado diretamente ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e destinado a desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários para o exercício das funções de direção e para planejamento da Segurança Nacional”, pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República Eurico Gaspar Dutra. Em seu art. 2º determina ainda que “funcionará como  Centro Permanente de Estudos e ministrará os cursos que, nos termos do art. 4º, forem instituídos pelo Poder Executivo”. Ao longo do tempo, incorporou como objeto de seus estudos o Desenvolvimento Nacional, daí surgindo o binômio “Segurança-Desenvolvimento”, destinado a promover “Ordem e Progresso”. No decorrer dos anos tem sido responsável pela ministração dos seguintes Cursos: Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE);  Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia Militares (CAEPEM); Curso Superior de Inteligência Estratégica (CSIE); Curso Especial de Altos Estudos de   Política e Estratégia (CEAPE), para estrangeiros; Curso Intensivo de Mobilização Nacional (CIMN); Curso de Atualização (CAESG), além de “Encontros com a ESG”, “Ciclos de Extensão” (CEE), “Atividades de Extensão Superior” (AEE).

 É comandada atualmente por um  oficial-general de três estrelas, possuindo um Sub-Comandante (duas estrelas), que é o Chefe do Departamento de Estudos (DE). Isto  devido ao alto nível de seus estagiários (mais de 6.000 diplomados) que  têm sido, dentre os civis, Ministros do Poder Judiciário, Doutores, Professores, Desembargadores, Juízes e, dentre os militares, oficiais-generais de duas estrelas, alguns até com três anos de função. Várias  autoridades passaram pelos seus bancos, Presidentes da República, Ministros de Estado, Presidentes de Tribunais, Governadores, Senadores e Deputados. Trata-se de uma Instituição criada por brasileiros ilustres como o Marechal Cordeiro de Farias, o General Juarez Távora, o General Idálio Sardenberg e tantos outros, que  muitos benefícios trouxe  e propicia ao país. Segundo o Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco: "Nesta casa estuda-se o destino do Brasil".

       A ADESG representa, em termos de multiplicação,  o prolongamento natural do pensamento da ESG. Presidida atualmente pelo Dr. Américo Chaves, renomado advogado, já formou mais de 60.000 diplomados em todos os rincões do país. A Associação executa aquilo que é impossível para a Escola realizar, diante de suas limitações físicas, financeiras e operacionais. Encarrega-se de disseminar as idéias elaboradas pela ESG a milhares de brasileiros, em todos os estados do país, todos os anos, através de suas delegacias e representações.

       Muitos estudos são encomendados por autoridades do primeiro escalão governamental, como, por exemplo, o encomendado à ESG  pelo então ministro-chefe do EMFA, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Waldir Vasconcelos, sobre planejamento familiar, o qual mereceu o seguinte comentário de um dos principais jornais do país: "TUDO PRONTO: A partir de estudos feitos pela ESG nos últimos três anos o Governo poderá definir até janeiro uma nova política demográfica nacional, optando pela ocupação dos grandes espaços em lugar de adotar um rígido programa de planejamento familiar. A mudança de tática traz duas vantagens para sua implantação: não contraria a orientação da Igreja Católica e é de execução infinitamente mais simples. O estudo já está pronto e repousa nas gavetas de Brasília à espera de um momento mais propício para ser detonado. Mais do que tudo, segundo os que já passaram os olhos sobre o estudo, a nova política demográfica consegue atender a interesses políticos antagônicos, mantendo-se eqüidistante das propostas radicais da direita e da esquerda."

       Vários outros foram elaborados, mas são mantidos em sigilo, devido a seu caráter reservado. E o mais importante é, sem dúvida, a singular oportunidade de trabalho em equipe, sob a supervisão de um corpo permanente, realizado por dezenas de brasileiros de alto gabarito, civis e militares, patriotas de formação interdisciplinar, que estudam de modo apartidário e imparcial a problemática brasileira, propondo  sugestões de solução, consubstanciadas em Planos Nacionais, contendo políticas e estratégias, de excelente qualidade, ao dispor de autoridades governamentais para emprego imediato. Além disto, depois de diplomados, passam a utilizar em seu cotidiano profissional os proveitosos ensinamentos recebidos e permanecem irmanados pelo mesmo ideário, reunindo-se periodicamente as diversas turmas para troca de informações e aperfeiçoamento dos conhecimentos.

       Assim, ainda existem no Brasil, pessoas em busca do Bem Comum, pensando no futuro das novas gerações, acima da mediocridade reinante e da corrupção endêmica, que assolam nosso país.

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