OS NOVOS PALADINOS DOS HOPLÓFOBOS

Artigo publicado no Vila em Foco em julho de 2001

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia na Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG

                   Conforme publicamos neste jornal, em abril, o paladino dos hoplófobos (pessoas que possuem aversão às armas)  era o ex-senador José Roberto Arruda. Agora, ele é substituído no Senado pelo "collorido" senador Renan Calheiros. No Estado do Rio de Janeiro, o representante é o governador Anthony Garotinho, candidato à presidência da República. Além de não governar o Estado a contento, pois reina o caos, em especial na infra-estrura social, de acordo com  reportagem publicada em jornal de grande circulação, no dia 24.06, mostrando a triste situação da saúde pública, a exemplo do que ocorre na educação pública e na segurança pública, ainda lidera o triste episódio circense de destruição de quase 100.000 armas de fogo, no Aterro do Flamengo, no mesmo dia em que manda publicar no mesmo jornal um artigo com o título "Rio sem armas". No citado artigo declara que "a construção de uma sociedade melhor passa pelo fim da violência e o desarmamento dos cidadãos". Atira no alvo errado, pois deveria desarmar os marginais que assaltam, estupram e matam os cidadãos que pagam impostos e elegem seus representantes. Mas, pelo menos, tem a sinceridade de não enganar ninguém neste episódio. É o primeiro hoplófobo que declara publicamente desejar tirar do cidadão a possibilidade de defesa, seguindo a orientação do exterior, liderada aparentemente pela ONU, e no Brasil, pelo Viva Rio.

O povo até  acreditaria nas boas intenções do Garotinho , caso ele e seus familiares não andassem sob a guarda de ferozes seguranças armados, em todos os instantes. E seus auxiliares, como o atual secretário de Segurança, também.  É fácil dizer: "faça o que digo, mas não o que faço". Defendem a tese de que o cidadão é o otário, destinado a ser explorado não só pelos tributos extorsivos, como também pelos bandidos, sem direito à defesa. Inclusive um dirigente do Viva Rio afirma que a solução é não reagir e ficar a mercê dos marginais. Agora, eles podem continuar armados com metralhadoras, lança-granadas, enfim, armas de guerra nem possuídas pelo Exército Brasileiro, sem serem incomodados.

                   O ministro da Justiça, Sr. José Gregori, já tinha anunciado que o Viva Rio seria encarregada de elaboração de um projeto para orientar a nova política de segurança pública do governo federal, "uma doutrina de segurança cidadã para ocupar o vazio que existe desde a doutrina da segurança nacional do governo militar. A ONG Viva Rio, patrocinada pelas Fundações Rockefeller, Brascan, Kellog, Vitae e Roberto Marinho, fundada em maio/93, com a presença, dentre outros, do então chanceler FHC e do banqueiro David Rockefeller, é filiada à IANSA-International Action Network of Small Arms (Rede de Ação Internacional de Armas Pequenas), um conjunto de 186 ONGs , fundada em maio/99, criada com o objetivo de atuar como uma central de coordenação da campanha internacional de desarmamento, para permitir a implantação de um governo mundial, que atuaria com a utilização de uma  força de paz  das Nações Unidas, sob o comando dos "donos do mundo". É importante relembrar que, além do desarmamento da população (não dos bandidos), o plano prevê o desmantelamento das Forças Armadas Nacionais, bem como a proibição de  seu restabelecimento, a eliminação de todos os armamentos dos arsenais nacionais e a proibição da fabricação de armamentos. Os idealizadores do plano fascista alertam ainda que "deve ser reconhecida que mesmo com a eliminação completa de todas as forças militares, restariam necessariamente forças policiais internas substanciais, embora estritamente limitadas, e que estas forças policiais, suplementadas por civis armados com rifles esportivos e armas de caça, poderiam, concebivelmente, constituir uma séria ameaça a um país vizinho na ausência de uma polícia mundial bem disciplinada e pesadamente armada".

                   É este o verdadeiro objetivo dos formuladores de mais um plano diabólico, com a cumplicidade de sicários ou de inocentes úteis: desarmar o povo brasileiro, para mais facilmente escravizá-lo. Eles não estão preocupados com o controle da violência, pois  advogam a tese  do direito penal mínimo, sendo partidários da tese da libertação antecipada de criminosos, inclusive de autores de crimes hediondos, como o terrorismo e  o seqüestro. E a secretaria geral do ministério da Justiça é," por coincidência" , a Sra. Elisabeth Sussekind, braço direito do Sr. Rubem César Fernandes, aparente responsável pela ONG Viva Rio.

                   A primeira tentativa de FHC, enviada ao Congresso, era tão ridícula que nem os amestrados integrantes da base governamental ousaram tentar  aprová-la. O próprio relator manifestou-se inteiramente contrário à sua aprovação, informando ainda que, no Brasil, existiriam cerca de 2.500.000 armas legalizadas e 18.500.000  ilegais. Por que não aplicar a lei existente, procurando inicialmente desarmar os bandidos, para depois legalizar  as armas não registradas pertencentes a cidadãos honestos, impondo medidas mais severas para o controle do porte, como aliás já é feito pela polícia federal? Segundo o jurista Marcio Thomaz Bastos, ex-presidente da OAB, com o desarmamento civil, o que se pretende é privar a população do seu legítimo direito à autodefesa, um verdadeiro atentado a um princípio consagrado pela lei natural. Esta ação assume um caráter mais grave em função da crescente deterioração das condições de vida e segurança pública nos grandes centros urbanos do país.

Conclamamos  todos os cidadãos possuidores, legalmente, de armas de fogo a entrar na Justiça com ação cautelar contra esta tresloucada iniciativa, inclusive responsabilizando individualmente os irresponsáveis autores  do plano ,por qualquer dano a qualquer cidadão, em caso de sua aprovação, por impossibilitá-los do direito constitucional de legítima defesa, sem prejuízo de outras ações a serem adotadas posteriormente, de acordo com o desenrolar dos acontecimentos, inclusive  com a não entrega de suas armas aos agentes do arbítrio. Será que a atual administração FHC tem coragem de colocar na cadeia 2.500.000 proprietários legais de armas de fogo?

 Temos o direito e o dever de defender nossas vidas, nossas famílias e nossa Pátria dos vendilhões e traidores. Será que os integrantes da verdadeira

oposição vão ser iludidos com esta manobra grotesca e primária, apoiando os marginais, que continuarão armados, e não os direitos humanos dos cidadãos?

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