O INTERESSE NACIONAL E A SOBERANIA
Prof. Marcos Coimbra
Membro efetivo do Conselho Diretor do CEBRES,
Professor aposentado de Economia na UERJ e Conselheiro da ESG.
Artigo
publicado em 01/05/2008 para o Monitor Mercantil
O
Interesse Nacional e a Soberania do Brasil estão sendo duramente atingidos e
ameaçados, há algum tempo, mas, em especial nas gestões Collor, FHC e Lula.
Preliminarmente, cabe a pergunta: quem concedeu autorização à atual administração
para alienar o Patrimônio Nacional? Estas riquezas pertencem à Nação, ao povo e
não a uma administração transitória, como o "governo" Lula. Para aluguel
ou entrega deste Patrimônio deveria ser necessária a
permissão formal do Congresso e a consulta aos eleitores, via plebiscito ou
referendo.
As medidas que foram e estão
sendo implementadas, em sua grande maioria, concretizaram-se
via Medida Provisória. É importante ainda realçar que a
"venda" da Vale ainda estava "sub judice", graças a liminar
concedida pelo Ministro Néri da Silveira, do Supremo Tribunal Federal, a qual
deveria ter tido seu mérito julgado pelo plenário. Não foi, devido ao pedido de
vista do processo feita pelo ex-ministro da Justiça, Sr. Nelson Jobim, então
ministro do STF, o qual deveria ter levantado sua suspeição, em virtude de ter
sido um dos principais artífices do programa de privatização, tendo sido
nomeado para o Supremo pelo ex-presidente FHC. E mais. Em momento algum de suas
campanhas o presidente atual anunciou como plataforma de campanha que iria continuar
a desnacionalizar os principais setores da economia brasileira.
As principais justificativas para
a continuação da "entrega" do país são três: a) falta de recursos do
setor público para realizar os investimentos necessários nos setores a serem
privatizados; b) necessidade de recursos para diminuir a dívida interna; c)
geração de recursos para investimentos no social. Todas representam desculpas
esfarrapadas, para justificar o cumprimento das ordens do Diálogo
Interamericano e do Consenso de Washington aplicadas não só no Brasil, como em
outros países com funestas conseqüências. Basta aprovar uma Reforma Fiscal
decente, para diminuir a sonegação em pelo menos 40%, diminuir alíquotas,
aumentar a base tributária, incrementando a receita da União em cerca de R$ 350
bilhões ao ano.
A
privatização do setor de comunicações está aí demonstrando os sérios riscos
para a segurança nacional e para a privacidade dos cidadãos, devido ao controle
exercido via satélites, além da brutal elevação de preços dos serviços e a sua
elitização. Mesmo nos países mais desenvolvidos,
o setor público não abre mão do controle de setores estratégicos. No Brasil,
além da entrega da Vale, diagnosticamos a possibilidade de a PETROBRAS ser
seriamente prejudicada pelos leilões da ANP.
O Banco do Brasil está sendo destruído. O setor energético também. A
saúde, os transportes, a educação. Tudo desnacionalizado e sem funcionar como
deveria. Não devem ocorrer transferências de monopólios estatais para o setor
privado, sem esforço em propiciar ambiente mais competitivo, bem como sem
coibir abusos do poder econômico. A continuar assim, sobrará o que para os
nossos descendentes? Qual será o trunfo
do Brasil para o terceiro milênio?
Será
que voltaremos a ser colônia, com a destruição do Estado Nacional Soberano, das
Forças Armadas, a desintegração do território nacional, o esfacelamento do
Patrimônio Nacional e o surgimento de "exércitos de mercenários", a
exemplo da África, com o "esquartejamento" do país?
Aos poucos a verdade vai surgindo, só que agora é difícil mudar. A única saída é impedir a perda progressiva de nosso Patrimônio e pressionar os candidatos à presidência em 2010 para que incluam em seus respectivos planos de governo a auditoria e revisão das privatizações maléficas ao país, além da revisão de perdas impostas ao país pelos “entreguistas”.
E a administração Lula promete continuar seus desmandos, prosseguindo
em seu "entreguismo" desenfreado. Planeja entregar a energia
elétrica, a água. Até a Amazônia corre risco. Além do “aluguel” de áreas, temos
ainda a questão da demarcação de áreas indígenas que é um acinte aos cidadãos
de bem. Não apenas deve ser impedida a continuação do crime de lesa pátria da
demarcação em terras contínuas da região de Raposa/Serra do Sol como também revista a demarcação
da denominada área Ianomâmi. Segundo o Cel Gélio Fregapani, ex-chefe da ABIN em Roraima: “A nação Ianomâmi é absolutamente forjada.
São quatro grupos distintos, lingüisticamente, etnicamente e, por vezes, hostis
entre eles. A criação dos ianomâmis foi uma manobra muito bem
conduzida pela WWF com a criação do Parque Ianomâmi para, certamente,
criar uma nação que se separe do Brasil. O Parque Ianomâmi é uma região do
tamanho de Portugal, ou de Santa Catarina, onde, segundo afirmação da Funai, há
10 mil índios. A Força Aérea, que andou levando o pessoal para vacinação, viu que
os índios não passam de 3 mil. Ainda que fossem 10 mil, há motivo para se
deixar a área mais rica do país virtualmente interditada ao Brasil? O esforço
deveria ser no sentido de integrá-los na comunidade nacional. Nenhuma epidemia
vai deixar de atingir índios isolados. A única salvação, nesse caso, é a
ciência médica.”
E ainda possuem o desplante de
ameaçar seus opositores, impondo seus caprichos aos governadores e a uma
"oposição" débil. Estão querendo provocar o caos social e estimulando
a proliferação de respostas ao mesmo nível de suas atitudes. Qual o verdadeiro objetivo deste
procedimento?
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