O BRASIL E O GOVERNO MUNDIAL

Prof. Marcos Coimbra

Membro efetivo do Conselho Diretor do CEBRES, Professor aposentado de Economia na UERJ e Conselheiro da ESG.

Artigo publicado em 23/10/2008 no Monitor Mercantil

 

Está claramente em curso a estratégia imposta pelos "donos do mundo", os detentores do capital transnacional, líderes do sistema financeiro internacional, para progressivamente implantar um governo mundial. As etapas do processo estão claramente delimitadas, em linhas gerais. De início, a adoção da "globalização", nova denominação do "neocolonialismo", partindo dos países centrais para a periferia, com o domínio da expressão econômica do Poder Nacional, através da imposição dos ditames dos organismos internacionais: FMI, OMC, Banco Mundial, BID e outros. Abertura da economia, com eliminação de barreiras protecionistas, adoção da lei de patentes, inclusive com efeito retroativo, privatização selvagem, para transferir o patrimônio real das nações menos desenvolvidas para os detentores do "papel pintado", controle da inflação, para garantia do retorno das suas aplicações de capital e outras.

A seguir, o total controle dos meios de comunicação de massa, seja através da colocação de pessoas de confiança, os "testas-de-ferro", até a participação via indireta no comando das empresas de jornalismo, ou emprestando-lhes moeda para mantê-los dependentes ou simplesmente remunerando regiamente os principais formadores de opinião e jornalistas famosos, montando a chamada "mídia amestrada".

         Em paralelo, atuam através da criação de inúmeras ONGs, financiadas pelo exterior, sem qualquer controle, com dirigentes percebendo salários inacreditáveis, sem prestar contas a ninguém e com recursos vultosos para colocar suas mensagens na imprensa, objetivando fabricar a chamada "opinião publicada". Falam em nome do povo (sociedade civil), sem procuração. Trabalham incansavelmente para destruir as Instituições Nacionais: Família, Igreja, Estado, Escola, Empresa.

Procuram demolir o Estado Nacional Soberano, minimizar a importância da Igreja, desmoralizar  os princípios e valores fundamentais da Família, da Escola e da Empresa. Sucateam as Forças Armadas, procurando subtrair-lhes quaisquer possibilidades de cumprir suas missões constitucionais. Tudo isto é feito em vários países simultaneamente, no mundo inteiro. Para isto criam organizações para cooptar lideranças políticas existentes, para propiciar-lhes meios de assumir o Poder constitucionalmente e administrar segundo as suas determinações.

         Nas Américas, foi criado em 1982 o Diálogo Interamericano, cujo site pode ser acessado via Internet por qualquer interessado (http://www.iadialog.org). Os inocentes úteis que persistem em tentar ridicularizar o fato dizendo que "isto é bobagem, fruto da teoria da conspiração", podem acessá-lo e verificar inclusive seus integrantes e principais financiadores. É de estarrecer! O famoso Consenso de Washington, de 1988, é apenas uma derivação do Diálogo. Não é coincidência que a mesma política neoliberal seja adotada por diversos países das Américas. Em todos eles foi imposta a criação do ministério da Defesa, para o "controle civil dos militares", por exemplo, bem como a privatização de setores estratégicos como comunicações, energia, água, vitais para o sucesso no terceiro milênio.

         No Brasil, a estratégia está sendo implementada com êxito e rapidamente. De início, por meio da administração FHC, legítimo representante dos interesses alienígenas, não fosse o ex-presidente FHC membro fundador do Diálogo Interamericano e seu atual vice-presidente. Em 1997, em visita à Inglaterra, "FHC se comprometeu com o príncipe Philip a destinar 10% do território brasileiro para unidades de conservação ambiental, de acordo com o ideário imposto na África pelas ONGs britânicas". Em entrevista à revista alemã "Der Spiegel", na época, FHC se pronunciou favorável à criação de um "tribunal internacional para o castigo dos crimes universais, como os praticados contra os direitos humanos e o meio ambiente".

Neste contexto, ficou evidente a razão do envio ao Congresso, na época de sua convocação extraordinária, da "lei do desarmamento da população digna e de bons costumes" pelo próprio presidente, atendendo às instruções do Movimento Viva Rio, representante no país da IANSA. E o processo persiste na atual administração, pois o presidente Lula também pertenceu ao Diálogo Interamericano, constando seu nome no seu site em 1997. Tudo isto explica a indiferença, o descaso e o deboche com que as nossas Forças Armadas têm sido tratadas nos últimos 14 anos.  É a preparação para a entrega do território nacional, em especial a Amazônia, para os estrangeiros. Representa o fiel cumprimento das ordens recebidas do exterior. E a mídia amestrada continua a exercer um dos mais sórdidos papéis da história do Brasil, pois sabe de tudo isto e nada denuncia. São cúmplices dos partidários de Joaquim Silvério dos Reis.

Porém, o atual colapso financeiro iniciado nos EUA, com a lógica e rápida propagação para os principais países do mundo, irá prejudicar, ou pelo menos, atrasar a implantação do governo mundial. Ainda mais, por temos a certeza de que nenhum brasileiro patriota, em especial os membros das Forças Armadas, irá obedecer a qualquer diretriz para a região amazônica, por exemplo, emanada de forças externas, como o Fundo Mundial da Natureza (WWF) do príncipe Philip, acatando a "agenda verde" da Casa de Windsor. Contudo, na área econômico-financeira, principalmente, o terreno está sendo preparado, bem como no segmento psicossocial. E o processo de infiltração em órgãos governamentais de representantes dos “donos do mundo” começa a preocupar seriamente a todos nós, brasileiros, com a criação de absurdas reservas indígenas, invenção dos quilombolas e outras pérolas do gênero.

         A conclusão lógica é a de que o Brasil, como os demais países na alça de mira, precisa urgentemente adotar as medidas indispensáveis de fortalecimento do Poder Nacional em suas cinco expressões. Por exemplo, na expressão militar, deve armar-se, procurar investir em sua indústria bélica, perseguir o máximo de autonomia tecnológica, dominar o ciclo nuclear, bem como o espacial, a fim de ter poder dissuasório capaz de evitar problemas sérios em futuro próximo.

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