DESTRUINDO A NAÇÃO

Prof. Marcos Coimbra

Conselheiro Diretor do CEBRES, Professor de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

(Artigo publicado em 10.12.09 no MM

            Nação pode ser conceituada como o grupo complexo, constituído por grupos sociais distintos que, ocupando uma mesma base física, compartilham da mesma evolução histórico-cultural e dos mesmos valores.  A  íntima ligação entre Homem e Terra cria vínculos afetivos que fazem, desses elementos essenciais, a razão do sentimento de Pátria, imprescindível para o despertar da força criadora do civismo e do orgulho nacional. Os elementos básicos da nacionalidade são três: Homem, Terra e Instituições, que constituem a tríade dos fundamentos do Poder Nacional, o qual deve ser utilizado como instrumento a fim de que possam ser alcançados os Objetivos Nacionais Permanentes: Democracia, Integração Nacional, Integridade do Patrimônio Nacional, Paz Social, Progresso e Soberania.

            Numa rápida análise de cada um dos fundamentos básicos da nacionalidade, diagnosticamos o seguinte. Quanto ao Homem, possuindo o Brasil cerca de 190 milhões de habitantes, encontramos sérios problemas. No aspecto quantitativo, uma irregular distribuição da população, ocasionando vazios demográficos, em especial na Amazônia e no Centro-Oeste, expondo graves vulnerabilidades justamente nas regiões onde são encontradas riquezas incomensuráveis, cobiçadas pelos “donos do mundo”. Além disto, constatamos uma progressiva queda de natalidade das camadas média e rica da sociedade, na contramão do ocorrido na categoria dos mais pobres, que continuam a gerar muitos filhos, incapazes de poder propiciar-lhes condições dignas de vida.

            Nos seus aspectos qualitativos, o precário nível de formação tanto no segmento básico, como no médio, no superior e até no pós-graduação, com as exceções capazes de confirmar a regra. O sistema educacional brasileiro continua a revelar-se incapaz de preparar nossa juventude com o nível de excelência exigido para uma potência emergente, integrante do seleto grupo dos Brics. A situação é agravada com medidas caóticas como a instituição da aprovação automática em escolas públicas e a criminosa adoção de cotas na Universidade, em especial de caráter racial. A deterioração é de tal ordem que passa a ser rotina a agressão de professores por alunos e alguns de seus “(ir)responsáveis”. Os profissionais de ensino são vilipendiados, com baixa remuneração, falta de condições de trabalho, insuficiente preparação e baixa auto-estima. A nobre profissão está cada vez mais desprestigiada. A educação passa a ser supérflua.

            Terra representa todos os recursos naturais que a Natureza concedeu ao Brasil, os quais foram mantidos e conquistados com muito sacrifício por nossos ascendentes,  considerando-se o território, com ênfase em sua rede fluvial,  o mar e o espaço aéreo sob nossa jurisdição. Podemos afirmar que o país, ou grupo de países, que explorar racionalmente as riquezas de nossa Amazônia será a potência do terceiro milênio. No seu subsolo  existem recursos da ordem de trilhões de dólares, já explorados na prática por estrangeiros, bem como  este território representa mais da metade do Brasil.

             É conveniente para os pretensos “defensores” dos direitos humanos de índios a intocabilidade (preservação) da rica região em relação aos brasileiros, pois na prática estrangeiros de várias nacionalidades já estão lá, pirateando, roubando e desviando para o exterior, sem qualquer controle, riquezas incomensuráveis. Para agravar a situação, agora a administração atual parte para “alugar” por dezenas de anos, renováveis, vastas áreas da região. Além disto, a impatriótica demarcação criminosa de “áreas indígenas”, bem como o surgimento de “quilombolas”, inventados por maus brasileiros a serviço de alienígenas.

            As Instituições que poderiam impedir a implantação de uma ditadura civil estão sendo erodidas progressivamente. O Congresso foi cooptado pela distribuição de verbas orçamentárias, pelas vagas abertas por quase 40 ministérios para nomeação de apaniguados e por outros meios não ortodoxos. O Judiciário, manietado pela criação do Conselho Nacional de Justiça e pelo fato concreto de  já possuir mais da metade dos integrantes de sua mais alta Corte nomeada por Lula, sob pressão permanente da imprensa, a reboque da existência de alguns magistrados envolvidos pela onda de corrupção que assola o país. As Forças Armadas em dramática situação de penúria, sem verbas para investimento ou sequer para as despesas de manutenção, acuadas por campanha permanente de descrédito promovida pelos inimigos da democracia e desviada de suas verdadeiras funções.

            A Igreja profundamente infiltrada pelos “socialistas autoritários”. A Família em crise permanente, exposta à contaminação empreendida por alguns meios de comunicação, propagadores de vícios, perversões e estimuladores da desagregação. O Itamaraty aceita as mais absurdas imposições de membros pertencentes ao Foro de São Paulo, detentores do poder político em países vizinhos. Um embrião da futura Gestapo, a Força Nacional de Segurança, começa a ser implantada, com o objetivo de atuar na Segurança Interna, além da Segurança Pública. A Globo será substituída em seu papel de órgão oficial de propaganda das sucessivas administrações federais pela TV pública. Também será descredenciada no futuro, a exemplo da RCTV na Venezuela. Este é o grande mal dos capitalistas selvagens. Só pensam no lucro fácil, não enxergando nem o médio prazo, enquanto os comunistas  dão as migalhas, mas perseguem o longo prazo.

            Existe um claro projeto de manutenção do Poder como fim em si mesmo e não como instrumento para consecução dos Objetivos Nacionais Brasileiros. Desta forma, o panorama é preocupante. Não se constrói uma Nação sem um Projeto Nacional, até agora inexistente. A corrupção endêmica não é combatida como deveria, pois a impunidade é uma certeza para os poderosos.

            Urge despertar as forças vivas da nacionalidade, para iniciar um processo urgente de recuperação no sentido de impedir a destruição da Nação Brasileira, objetivando a construção de uma Sociedade justa e perfeita, caracterizando o surgimento de uma Potência Mundial.

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