" DESARMAMENTO E SUAS FALÁCIAS"

Artigo publicado em 10.2003 no jornal Vila em Foco.

 

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.

         Em um país que padece de problemas terríveis e insolúveis, como a miséria, o desemprego, a carga tributária extorsiva, a corrupção endêmica, o nepotismo alucinado, a supressão de direitos sociais, a falta do atendimento às necessidades básicas da população, em saúde, educação, causa espécie a fixação de alguns segmentos na tentativa de desarmar o cidadão honesto. A maioria do povo brasileiro não conhece o assunto com profundidade, deixando-se levar  por campanhas levianas. A idéia do desarmamento civil faz parte de um plano global de criação de um governo mundial, comandado pelos "donos do mundo", com a intenção de impor a  constituição de uma "força internacional de paz", sob a sua direção, com o poder de intervir em qualquer região do mundo, extinguindo o conceito de soberania nacional. As Forças Armadas dos países periféricos seriam reduzidas à situação de milícias com a missão apenas de contenção social e de combate ao narcotráfico.

         O Brasil, devido à sua atual fragilidade, em todas as expressões do Poder Nacional, e por causa de sua importância estratégica foi escolhido como laboratório da experiência sinistra. Conseguindo-se dobrar a resistência dos brasileiros e implantando-se a medida ditatorial, a exemplo do realizado por Lênin, Stalin, Hitler e outros, será, então, aproveitada como modelo a ser seguido por outros países. De início, houve a destruição da bem sucedida indústria bélica nacional, com a derrubada da IMBEL, da ENGESA, da Avibrás e a privatização da EMBRAER. Em paralelo, a proibição do desenvolvimento da tecnologia nuclear, representada pela adesão incondicional ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o esvaziamento do programa nuclear da Marinha e o enfraquecimento de nossas Forças Armadas, por meio da alocação de recursos insuficientes para suas necessidades básicas.

         O objetivo agora é terminar o serviço. A primeira meta é proibir o porte legal de arma e aumentar a restrição à posse. Atingida, as outras irão se sucedendo progressivamente até desarmar completamente o povo brasileiro, inclusive as Forças Armadas. As atuais empresas produtoras de armas e munições como a Taurus, CBC, ROSSI, BOITO e outras, sem o mercado interno, irão também à falência ou serão compradas por empresas estrangeiras. Então, os hoplófobos (pessoas possuidoras de aversão a armas de fogo) ficarão satisfeitos, fazendo jus às verbas recebidas do exterior, destinadas à consecução deste desiderato. O Brasil ficará inteiramente dependente do exterior, sendo obrigado até a importar um cartucho 22. E a Amazônia, possuidora de vastos recursos naturais, da água ao nióbio, ficará à mercê da vontade das potências imperialistas. Por esta razão estratégica, o Exército esclareceu o assunto junto a congressistas brasileiros.

         Partindo-se destas premissas, podemos entender aquilo que está acontecendo.A campanha é chefiada pela IANSA, órgão filiado ao governo britânico, possuidora de uma rede de mais de 200 ONGs no mundo, fundada com esta missão, a qual o Viva Rio, principal promotor da medida ditatorial no Brasil,  é subordinado. Analisando-se  o seu orçamento, segundo informações colhidas em seu site, relativas ao ano de 2002, encontramos os seguintes dados: de um valor declarado de cerca de R$ 18 milhões, 33,44% são de governos e organismos internacionais (governo britânico, CEE, Fundação Ford, BID, Banco Mundial, Organização Soros, UNESCO etc.), 13,95% de empresas estrangeiras (Souza Cruz, Icatú Holding, C&A, Light e outras), 15,21% do governo brasileiro (PETROBRAS, BNDES, FURNAS, Ministério da Justiça etc.), 10,38% do governo brasileiro (Secretaria de Estado da Fazenda e da Justiça do Rio de Janeiro, FIA etc.), 16,28% de empresas e associações brasileiras (CNI, CIPAN, Fundação Roberto Marinho etc.), 10,80%, indeterminados, ou seja, cerca de 48% são recursos do exterior e 25,60% do governo do Rio e da União. E esta organização é considerada ONG. Só o governo britânico remeteu R$ 1 milhão só para a passeata de novela e a "lavagem cerebral" empreendida pelo "império do mal" não está sendo feita graciosamente. Há muito dinheiro utilizado por ela para comprar os sicários pagos para tapear os "inocentes úteis". Estes são os fatos. O resto é cortina de fumaça. Podemos apontar dezenas de argumentos contra os hoplófobos, mas isto não seria importante. A mentira muitas vezes repetida  vale mais do que a verdade.

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