DESAFIOS AO PAÍS

Prof. Marcos Coimbra

Membro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBRES), Professor aposentado de Economia na UERJ e Conselheiro da ESG.

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br

Página eletrônica: www.brasilsoberano.com.br

Artigo publicado em 16.08.2007 no Monitor Mercantil.

 

 

         A Integridade do Patrimônio Nacional  e a Integração Nacional são dois dos Objetivos Nacionais Permanentes do Brasil, caracterizando-se   o primeiro por representar a " integridade territorial, do mar patrimonial, da zona contígua, da zona econômica exclusiva e da plataforma continental, bem como do espaço aéreo sobrejacente. Integridade dos bens públicos, dos recursos naturais e do meio ambiente, preservados da exploração predatória. Integridade do patrimônio histórico-cultural, representado pela língua, costumes e tradições, enfim a preservação da identidade nacional".

 Já a Integração Nacional é constituída pela "consolidação da comunidade nacional, com a solidariedade entre seus membros, sem preconceitos ou disparidades de qualquer natureza, visando à sua participação consciente e crescente em todos os setores da vida nacional e no esforço comum para preservar os valores da nacionalidade e reduzir  desequilíbrios regionais  e sociais. Incorporação de todo o território ao contexto político e socioeconômico da nação".

         No momento, tais conceitos tornam-se importantes para recordação por todos nós, brasileiros, devido à insegurança vivenciada, gerada principalmente por pressões externas. Sofremos o risco de serem agravadas as tensões no plano social, com o acirramento e a indução de choques de caráter religioso, étnico e cultural. As famigeradas ONGs e a mídia internacional, secundada por parte da mídia nacional, estão procurando jogar irmão contra irmão, homens contra mulheres, católicos contra protestantes e espíritas, brancos contra negros e índios.

Seu objetivo é abalar nossa coesão social, para fragilizar-nos, conseguindo assim impedir que o Brasil atinja a situação de potência mundial. Exemplos claros da implantação desta estratégia são a adoção das chamadas cotas “raciais” para ingresso nas Universidades, a tentativa de criminalizar os não adeptos do homossexualismo e a instituição generalizada da distinção entre brasileiros, em função de sua origem étnica ou geográfica. São idéias importadas e aqui implantadas por pessoas mal intencionadas ou de uma boa fé de extrema ingenuidade.  Afinal, quem não se considerar brasileiro acima de tudo, que peça a nacionalidade do país de seus antepassados e vá viver lá.

         Quanto à coesão territorial, estão acelerando o processo de demarcação de terras indígenas, para depois preparar o terreno para o "direito dos índios à autodeterminação" e para aplicar o "direito de ingerência dos mais fortes", o que lhes possibilitaria retalhar o território brasileiro, em especial a Região Amazônica, dividindo-a em quistos, protegidos por uma força internacional de paz. A pretexto de defender os direitos dos índios, exploram nossas riquezas e recursos naturais, cada vez mais raros e, depois de atingir seus nefandos objetivos, vão abandonar os nossos aborígines ou, então, vão tratá-los da mesma forma como trataram os índios, na conquista do oeste americano. É preocupante a atuação de falsos “ambientalistas” e o “aluguel” de parte da Amazônia, por longos períodos de tempo, permitindo sua exploração. É preciso não esquecer o que foi feito na Iugoslávia, antes uma próspera nação, agora desmembrada em pedaços, bem como o que está sendo feito no Iraque, na prática, agora,  dividido em três segmentos.

         Os movimentos separatistas em embrião no país (no sul e no nordeste) também serão estimulados e apoiados via externa. Tentativas de guerrilha e de enquistamentos, como, por exemplo, a ação do MST, que já participou de reunião de cunho terrorista no México, com integrantes da chamada guerrilha zapatista, numa tentativa de coordenar o movimento subversivo no continente americano (México, Peru, Colômbia, Equador etc.) serão incrementadas, objetivando provocar a secessão. O recente episódio da mala de dinheiro apreendida na Argentina, com um empresário venezuelano, às vésperas das eleições naquele país é emblemático. Mostra a interferência externa no processo eleitoral de outra nação.

         E  a economia está sendo usada para facilitar  toda esta ignomínia, através da venda das idéias do neoliberalismo, em especial da chamada "globalização", que nada mais representa  do que um pseudônimo para o novo imperialismo do G-7, capitaneado pela potência hegemônica. É o "globaritarismo" (totalitarismo da globalização). Isto porque sua nefasta ação objetiva destruir o Estado Nacional Soberano, única instituição capaz de impedir o sucesso de nossos inimigos. A "globalização" tem como objetivo principal o controle dos mercados e a uniformidade do pensamento. Por intermédio do pensamento, com o apoio de idéias implantadas, procura direcionar as forças sociais e, conseqüentemente, determinar o futuro ou a história. A "globalização" disfarça novas formas de poder: é a nova forma do colonialismo. O processo que conduz à "globalização", através de políticas neoliberais, acaba por desestruturar o Estado Nacional Soberano, para implantação de um Governo Mundial. O processo é direcionado prioritariamente para obrigar a população a aceitar um novo paradigma, de modo que passe a aceitar, passivamente, a subordinação da cultura nacional à cultura "global". Assim, a conquista da nação soberana, ou do mais importante, de seus recursos naturais, pode ser facilmente obtida sem a utilização do poder militar. É a aldeia global. A parcela de ricos de qualquer país tenderia a uma forma comum de pensar  que, no limite, se ajustaria como classe, defenderia seus privilégios, independentemente do Estado-Nação a que pertencesse.

Para mantermos a Integridade do nosso Patrimônio Nacional e a Integração Nacional é indispensável revigorar a nossa Identidade Nacional, o urgente fortalecimento de nossas Forças Armadas, além da existência de um governo apto a enfrentar o que será talvez um dos maiores desafios da nossa História. Preservar para os nossos filhos aquilo que foi tão duramente conquistado pelos nossos antepassados. Afinal, o Brasil é dos brasileiros! Caso permaneçamos indiferentes, ausentes, medrosos, nossos filhos terão o direito de cobrar-nos: Por que não fomos capazes de, além de doar nossas vidas em defesa do que recebemos, dar-lhes razão para continuarem a viver dignamente?