“DEMOCRADURA
DE FATO”
Artigo publicado em 21.09.2006 no Monitor Mercantil.
Prof. Marcos Coimbra
Membro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos,
Conselheiro da ESG e Professor aposentado de Economia na UERJ
Ao longo
dos últimos 50 anos, o Brasil tem sido dirigido, de fato, pelos “donos do
mundo” (Grupo Bilderberg, Instituto Real de Assuntos
Internacionais – RIIA, Comissão Trilateral e sus instrumentos como o Clube de
Roma, o Diálogo Interamericano e outros). A ação é executada por sicários, a
maioria nascida no Brasil, mas sem qualquer compromisso com a nossa Pátria e a
nossa gente. São apátridas, internacionalistas, a soldo de quem lhes remunere
melhor, trocando de patrão, como nós trocamos de roupa. Um dia dizem que são de
“esquerda” e, no outro, renegam tudo aquilo que defenderam no passado.
O país,
enquanto colônia de Portugal, foi dividido em capitânias
hereditárias. A exemplo disto, atualmente está esquartejado entre
oligarquias e plutocracias, inclusive com a entrada de ilustres membros da
“nova classe”, a qual assumiu a administração federal em 2002. Se pesquisarmos
o noticiário de nossos jornais no citado período, mesmo no denominado ciclo
autoritário, verificamos que são as mesmas famílias, ou até os mesmos
personagens, que comandam as expressões econômica, psicossocial e política do Poder Nacional. Cada grupo
destes comanda uma região, um estado ou um município, perpetuando-se no poder e
transmitindo-o para filhos, mães, amantes e familiares, representando os
interesses dos grandes grupos financeiros internacionais e nacionais e de seus
segmentos nos diversos setores econômicos (construtoras, empreiteiras etc.).
Com seus
vastos recursos dominam os meios de comunicação e impõem seus representantes
nos Poderes Executivo, Legislativos e, indiretamente, no Judiciário,
estabelecendo no país uma ditadura civil, uma falsa democracia, que lhes
permite a continuidade no poder. Contratam cérebros que, durante 24 horas por
dia, apenas pensam em como extorquir a população, seja
através da iniciativa privada ou pública, para acumular mais riquezas.
Por
exemplo, nas eleições de 2002, os 3 principais
candidatos (Lula, Serra e Ciro) estavam comprometidos com as diretrizes dos
“donos do mundo”. E o quarto, com entidades internacionais pretensamente
religiosas. Qualquer um deles que fosse eleito adotaria a mesma prática
econômica, como Lula faz. Nas eleições de 2006, se estivesse em vigor a cláusula de barreira, defendida tão freneticamente pelos
maiores beneficiários do sistema dominante, só teríamos dois candidatos: Lula e
Geraldo, que, na seara econômica, manterão a mesma postura. As principais
diferenças residem no fato de que, com Lula, o Brasil será mais influenciado
por Castro e Chávez, afastando-se mais dos EUA, com o
risco de criação de uma “URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América
Latina”, com a grande possibilidade de mudanças na Constituição, como na
Venezuela, para tomada efetiva do poder pelos petistas, com a clara intenção de
instalação de uma ditadura de partido único, na prática, como o PRI mexicano.
Com Geraldo, voltará a aumentar a influência dos EUA.
O
pesadelo vivenciado por nós, ao longo dos últimos doze anos, parece não ter fim.
Se, de fato, houvesse uma Justiça Eleitoral permanente,
atuante e forte no país, a maior parte das candidaturas apresentadas
seria indeferida. A máquina governamental praticamente garante a reeleição de
qualquer governante. Após os sucessivos escândalos (privatarias,
mensalões, sanguessugas, aparelhamento
político-partidário das instituições, assassinatos obscuros, compra de apoio
político para reeleição, aniquilamento das Forças Armadas, domínio do país pelo crime organizado,
progressiva destruição do Estado etc.) resta pouco. Na política externa,
estamos subordinados aos caprichos ideológicos do Foro de São Paulo, que nos
obriga a sermos reféns da atual “administração” boliviana. Na Defesa Nacional,
já somos inferiores, em termos de equipamento, aos nossos vizinhos Venezuela e
Chile. Declaram que a FAB está satisfeita com a compra de poucas unidades de
sucata aérea, enquanto a Venezuela adquire modernos SUKOI. Recomeçam a surgir
brigadeiros, almirantes e generais “do povo”. Continuam a querer retirar do
cidadão o direito de possuir armas de fogo, através de covardes ardis
(cadastramento de 6 milhões de armas de fogo até
dezembro, sem que as autoridades possuam os meios de atender às exigências do
estatuto, apesar do resultado do referendo), enquanto a Venezuela compra
dezenas de milhares de fuzis de assalto para entrega a cidadãos escolhidos. As
urnas eletrônicas sem a emissão de comprovante não permitem a recontagem dos
votos, tornando qualquer resultado suspeito, além de quebrar o sigilo do voto.
Afinal
vão ser reeleitos os acusados, que não serão punidos. O cenário para 2010 é
aterrador. Ou uma ditadura branca com a continuação de Lula, ou um Dirceu
anistiado, ou um Stédile, ou um Aécio “baixo
Leblon”. Tudo continuará como antes. A
corrupção dominando o país. Resta-nos lutar para que haja um segundo turno e,
em havendo, votar no candidato contrário à Lula, seja quem for, para evitar mal
maior. Não acreditamos nos resultados apresentados pelos institutos de
pesquisa. Até poucos dias antes do referendo,
anunciavam a vitória do desarmamento por 2 a 1 e o resultado foi
o contrário.
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