CULTURA DA SUBMISSÃO

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.

(Artigo publicado em 12.02.04 no MM).

       Nos últimos tempos, infelizmente, presenciamos em nosso país a imposição de um verdadeiro culto à covardia, à subserviência, à submissão,

principalmente por parte da mídia amestrada. Observamos, com admiração, o progresso em quase todos as expressões do Poder Nacional da China e da Índia. Crescem o PIB a expressivas taxas todos os anos, possuem poderio militar, inclusive com capacidade nuclear e domínio da tecnologia de ponta na área aeroespacial e são respeitadas no contexto internacional. Há trinta anos atrás, nosso Brasil  estava em melhores condições para a "decolagem" do que eles. Agora, descemos da situação de 8ª posição para o 15° degrau, considerando-se o PIB. Nossa taxa de crescimento em 2003 deverá ter ficado em torno de 0,3%, representando na prática a estagnação. Nunca a concentração de renda foi tão dramática. Os banqueiros nacionais e internacionais aumentam  sua remuneração, brutalmente, a cada ano. Os salários, como percentual da Renda Nacional, caem de mais de 60%, há 20 anos atrás,  para 31,5% no primeiro ano da administração Lula.

 Parcelas cada vez maiores do território nacional são demarcadas por pressão de organismos internacionais, criando vastas extensões de terras para alguns poucos milhares de "índios" já civilizados. Organismos externos obrigam o Congresso a aprovar o famigerado estatuto do desarmamento, para alegria dos marginais. Parte da imprensa, regiamente paga, procura criar a cultura da não resistência no antes bravo povo brasileiro. Em caso de assalto, "não resista, fique a mercê do bandido drogado que está agredindo o cidadão". Inúmeros casos de famílias inteiras violentadas por psicopatas, soltos até por indulto de natal, sequer são comunicadas à polícia, por medo de represálias. As autoridades e suas famílias (até os netos) que aprovaram o estatuto continuam a circular em carros blindados, protegidos por seguranças públicos ou de empresas privadas.  E a nossa juventude é "educada" desta forma, de acordo com as diretrizes impostas pelos defensores dos direitos humanos dos bandidos. Um exemplo claro das conseqüências desta ação é a postura da seleção de futebol sub-23. Dispunha de excelentes jogadores, individualmente, mas fracassou porque eles  não tinham alma, fibra, raça, espírito de equipe.

       De nada adianta para um país desenvolver-se apenas na expressão econômica, caso não evolua nas demais. Será uma mesa desequilibrada, com seus pés, cada um de um tamanho diferente. É o caso do Japão. Atingiu o desenvolvimento econômico, mas não tem desenvolvimento militar. Já  os EUA são a potência mundial, de caráter hegemônico, porque desenvolveram as cinco expressões do Poder Nacional. O Brasil ainda não conseguiu obter o desenvolvimento em nenhuma. Atingimos, tempos atrás, o crescimento econômico, mas não o desenvolvimento econômico. Devemos alcançá-lo para, então, partir para atingir o desenvolvimento das demais expressões. É necessário fortalecer, e muito, a expressão militar do Poder Nacional, a fim de que possamos proteger nosso povo, nossas riquezas e nosso imenso território.

       No dia 02 de junho de 2000, a administração brasileira acabou aceitando a assinatura  do Protocolo 505, um acordo pelo qual os EUA se comprometem a doar-nos  material bélico sucateado, tendo como contrapartida a abertura de nossos quartéis para inspeções regulares Revive o famigerado Acordo Militar Brasil-EUA. Representa o retorno à situação vivenciada pelo Brasil, antes do Governo Geisel, quando este promoveu o rompimento do então vigente acordo militar Brasil-EUA. Logo depois da visita, em passado recente, do Sr. William Cohen ao país, foi criado o ministério da Defesa, comandado por um civil, por imposição dos EUA, com a extinção do EMFA e dos ministérios militares, reduzidos agora a Comandos.

              O sistema financeiro internacional continua a eleger e derrubar presidentes e outros menos votados. O Congresso demonstra, com os últimos episódios, o grau de corrupção acentuada e sua tibieza. Deputados mudam de partido em troca de benesses diretas e indiretas. Os eleitos são perfeitos representantes do nosso Legislativo

       A solução principia em lutar para resgatar a soberania e o desenvolvimento da pátria, perdidos nos últimos anos. Mudar o modelo selvagem ora adotado e dar um choque de competência e dignidade nas atuais administrações. Renovar tudo. Investir em infra-estrutura econômico-social.  Recuperar a auto-estima perdida e formar cidadãos livres, corajosos, de bons costumes, honestos, dignos de nossos antepassados.

Na expressão militar, investir pesadamente no soerguimento da indústria bélica do Brasil. A ENGESA, a IMBEL deverão ser recuperadas. A EMBRAER, mantida sob controle nacional e estimulada. Somente assim teremos um razoável nível de independência tecnológica na área militar. O exemplo da Argentina no triste episódio da guerra pelas Ilhas Malvinas é esclarecedor. É vital investir na tecnologia nuclear, para que possamos dominar o processo, hoje ao alcance de vários países do mundo. Vamos dotar nossas Forças Armadas de meios que lhes possibilitem defender efetivamente o Brasil, bem como cumprir suas funções constitucionais.

      

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