BRASIL INDEFESO

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.

Artigo publicado em 17.09.2003 no Monitor Mercantil.

 

       Fomos convidados a participar de um debate, por representantes da UFF, no dia 24.09.03, às 19:00h, no auditório situado na Rua Miguel de Frias, Niterói. De imediato, perguntamos quem seriam os debatedores. A resposta foi: Sr. Antonio Rangel, coordenador de desarmamento do Viva Rio e o sociólogo argentino, Sr. Ignácio Cano, do ISER, ambos "hoplófobos" (pessoas que possuem  aversão a armas de fogo). Verificamos que o dia cai numa 4ª feira, o que  nos impossibilita de participar, pois lecionamos na UCAM, no mesmo horário. Afirmamos, então, que conseguiríamos um debatedor a altura do desafio, pois, afinal, seriam dois hoplófobos contra um cidadão defensor do direito de posse e porte de armas, dentro da lei, pelos brasileiros. E tivemos sorte. O Prof. Luiz Afonso, da APADDI, prontificou-se a participar e encaminhamos a indicação à UFF. E, agora, obtivemos a adesão de mais um companheiro, o presidente da ABCA, Sr. Walter Merling, que também deseja esclarecer nossa posição. Comunicamos imediatamente  à UFF para tentar estabelecer a igualdade de condições no debate a ser travado.

       A regra é sempre esta. Como os hoplófobos não têm argumentos, recorrem à superioridade quantitativa para procurar justificar o injustificável. O leitor atento pode constatar a verdadeira "lavagem cerebral" a que a população brasileira está sendo submetida para "engolir" o "estatuto do desarmamento". É evidente que tudo isto custa muito dinheiro. São milhões de dólares a entrar no Brasil, através de ONG`s, sem  qualquer controle, destinadas a serem agentes dos "donos do mundo", na defesa dos interesses deles. E ainda recebem vultosos recursos de estatais brasileiras, sob o comando do "nepetismo", que a tudo domina. Com estes recursos compram sicários que, utilizando a mídia amestrada e até novelas do império do mal, procuram iludir "inocentes úteis", criando massa de manobra para pressionar o Congresso a aprovar outro crime de lesa pátria.

       Chegam ao desplante de "fabricar" uma passeata, unindo o virtual ao real, com a presença de autoridades para tentar iludir o povo brasileiro, tentando "vender" a idéia de que a maioria da população é a favor do desarmamento do cidadão digno, misturando combate à violência, com condenação à tortura, com desejo de aparecer na TV e outras bandeiras. E foi um fracasso, pois teve menos de 40.000 presentes, segundo os hoplófobos, o que deve representar cerca de 20.000 na realidade, pois muitos estavam lá passeando, sem vínculo ao ato. De fato, distorcem a realidade dos fatos, manipulando abjetamente pesquisas a fim de enganar a opinião pública. Desejam transformar a opinião publicada, a peso de ouro, em opinião pública. De início, existem poucos mais de 2 milhões de armas registradas, em comparação com mais de 20 milhões de armas não registradas. É óbvio que uma das táticas para diminuir a violência está em incentivar a legalização das armas não registradas e não a proibição da comercialização legal.

       Como foram vencidos nas tentativas anteriores, adotaram agora uma estratégia melíflua. Intentam agora proibir o porte legal, primeiro, para depois prosseguir em seus nefastos objetivos. Até o jurista Hélio Bicudo, hoplófobo assumido, em recente artigo, protestou contra o enquadramento do porte ilegal como crime inafiançável. O próprio ministro da Justiça já tinha se declarado a favor do direito natural de legítima defesa do cidadão digno. Como também é a favor do "direito penal mínimo", não há como S. Exª possa defender a classificação do porte ilegal, como crime inafiançável. Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas. A argumentação de que 70% dos homicídios é praticado com armas de fogo é falaciosa, pois deste total a imensa maioria é cometida por marginais, bandidos , narcotraficantes, que continuarão armados com armamento pesado independentemente da legislação. E estas armas não são roubadas de residências, mas sim provenientes  do contrabando. E as de pequeno porte, em geral, são roubadas de vigilantes e seguranças. Isto, além das armas desviadas das polícias e de quartéis. 

       Vencida a primeira linha de resistência, eles voltarão a impor mais, para irem progressivamente eliminando todos os direitos dos brasileiros. Vão aos poucos, atingindo os colecionadores, atiradores, as profissões de risco (militares, policiais e outras) até alcançar sua meta, imposta pelos "donos do mundo": desarmar todos os brasileiros, até nossas Forças Militares, que passarão a ser desarmadas, também. O plano é claro. A finalidade é tornar o Brasil indefeso, a mercê da cobiça e ambição de potências imperialistas ou movimentos revolucionários plantados do exterior no Brasil. Não se esqueçam: "O preço da liberdade é a eterna vigilância".

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