A SAÍDA
Artigo publicado em agosto no
jornal Ombro a Ombro
O Brasil atravessa a mais grave crise de sua História. A implantação das idéias neoliberais, sob o pretexto da globalização, vendida como verdade absoluta pela mídia amestrada, provocou conseqüências danosas ao nosso país. A administração política foi entregue a meros representantes do capital transnacional, apátrida. A expressão econômica do poder nacional está sendo destruída, passo a passo. A economia, em processo de estagnação, vai se desnacionalizando , a cada momento. A cada ano, aumenta o déficit do balanço de pagamentos em transações correntes. Este ano deverá ficar em torno de US$ 28 bilhões. Em 2002, a nação pagará cerca de US$ 35 bilhões de amortização da dívida externa. Cada vez mais aumenta a remessa de lucros e dividendos. O patrimônio nacional diminui, "doado" a empresas estrangeiras. Na infra-estrutura econômica, perdemos o estratégico setor de comunicações. Na energia, somos forçados a aceitar um ridículo racionamento, no terceiro milênio, em um país que é detentor da maior reserva de água doce do mundo, dentre outros recursos energéticos abundantes. O setor transportes ou está deteriorado ou entregue ao apetite voraz de grandes empresas privadas e empreiteiras. O empresário privado nacional é uma espécie em extinção. Os banqueiros, cada vez ganhando mais, através do presidente do Bradesco e coordenados pelo sr. Olavo Setúbal, lançam como candidato deles o sr. Pedro Malan. O país pagou, nos últimos doze meses, R$ 100 bilhões de juros da dívida interna. Investem em saúde menos de 20% deste valor. Menos ainda em educação. A segurança pública inexiste. Crescem as razões de insegurança em toda a nação. Estouram greves em polícias militares e civis, em todo o país. A taxa de desemprego chega a mais de 17% da população economicamente ativa, de acordo com o DIEESE. Os salários reais diminuem a cada período de tempo. A concentração de renda, medida pelo coeficiente de Gini, alcança 0,59, indicando uma das maiores concentrações de renda do mundo. Os indicadores de desenvolvimento humano apontam o Brasil nivelado aos países mais miseráveis da Terra. Cresce a ocupação real da Amazônia pelos estrangeiros. A base de Alcântara é entregue aos americanos. As Forças Armadas não estão equipadas de acordo com a estatura político-estratégica do país.
De fato, o Brasil está ameaçado de não atingir os objetivos fixados por nossos antepassados. Os de alcançar o patamar das nações mais desenvolvidas do mundo, oferecendo condições dignas de vida ao seu povo. Para isto, é necessário reverter o atual quadro, voltando a ter como referência os Objetivos Nacionais Permanentes, elaborando um Plano Nacional de Desenvolvimento e implementando-o, através de técnicos nacionais competentes. Analisando o atual quadro sucessório, o panorama é preocupante. Os "donos do mundo" vão tentar continuar no poder no país, elegendo o sucessor de FHC, utilizando seu avassalador poder econômico e o domínio da mídia amestrada. No momento, o candidato oficial da administração FHC, seja Serra, Malan, Tasso ou outro, seria implacavelmente derrotado. Eles planejam, então, ou tentar iludir o povo fabricando Ciro Gomes como candidato de oposição ou deixar Lula ganhar afinal, desde que comprometido em manter o "status quo". O candidato Garotinho já foi abatido no início do seu vôo pela principal rede de comunicação do país, não sendo também um candidato real de oposição. Dos candidatos apontados nas pesquisas, de oposição verdadeira, só encontramos o Dr. Enéas (3%) e o governador Itamar (14%). A única saída para nós, brasileiros patriotas, é a de cerrar fileiras em favor dos dois candidatos nacionalistas, de oposição real, para conseguir a ida de um deles para o segundo turno, para a vitória que nos permita resgatar o Brasil.
Prof. Marcos Coimbra
Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG
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