AMEAÇAS AOS OBJETIVOS NACIONAIS PERMANENTES
Prof. Marcos Coimbra
Membro efetivo do Conselho Diretor do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBRES), Professor aposentado de Economia na UERJ e Conselheiro da ESG.
Artigo publicado em 24.01.2008 no Monitor Mercantil
A Integridade do Patrimônio Nacional, a Integração Nacional e a Paz Social são três dos Objetivos Nacionais Permanentes do Brasil, caracterizando-se o primeiro por representar a "integridade territorial, do mar patrimonial, da zona contígua, da zona econômica exclusiva e da plataforma continental, bem como do espaço aéreo sobrejacente. Integridade dos bens públicos, dos recursos naturais e do meio ambiente, preservados da exploração predatória. Integridade do patrimônio histórico-cultural, representado pela língua, costumes e tradições, enfim a preservação da identidade nacional". A Integração Nacional é constituída pela "consolidação da comunidade nacional, com a solidariedade entre seus membros, sem preconceitos ou disparidades de qualquer natureza, visando à sua participação consciente e crescente em todos os setores da vida nacional e no esforço comum para preservar os valores da nacionalidade e reduzir desequilíbrios regionais e sociais. Incorporação de todo o território ao contexto político e socioeconômico da nação". Já a Paz Social é representada "pelo culto aos valores da cristandade, refletindo um valor de vida, não imposto, mas decorrente do consenso, em busca de uma sociedade caracterizada pela conciliação e harmonia entre pessoas e grupos, principalmente entre o capital e o trabalho, e por um sentido de justiça social que, valorizando as potencialidades da vida em comum, beneficie cada um, bem como a totalidade dos homens".
No momento, tais conceitos tornam-se importantes para serem repassados por todos nós, brasileiros, devido à insegurança vivenciada, gerada principalmente por pressões externas. Sofremos o risco de serem agravadas as tensões no plano social, com o acirramento e a indução de choques principalmente de caráter racial (apesar de a ciência afirmar que só existe uma raça), religioso, étnico. Algumas famigeradas ONGs, secundadas pela mídia amestrada nacional, estão jogando irmão contra irmão, católicos contra protestantes e espíritas, brancos contra negros e índios. Seu objetivo é abalar nossa coesão social, para mais facilmente conquistar-nos.
Algumas autoridades pretendem impor a discriminação entre as etnias existentes no país por decisão de Estado, obrigando a colocação em documentos de identidades da cor por intermédio da autodeclaração do cidadão. Isto em um país cordial (não é o país da ministra Matilde), onde a abençoada miscigenação propiciou a maravilhosa integração entre todas as nossas etnias. A maioria de nossa população é morena, parda, mestiça. Em nossa carteira profissional o funcionário do ministério do Trabalho colocou no quesito cor: morena. A quem interessa a importação de problemas tão graves existentes em outros países, mas não no nosso?
Quanto à coesão territorial, vão tentar acelerar o processo de demarcação de terras indígenas, para depois preparar o terreno para o "direito dos índios à autodeterminação" e para aplicar o "direito de ingerência dos mais fortes". Isto lhes possibilitaria retalhar o território brasileiro, em especial a Região Amazônica, dividindo-a em quistos, as chamadas “nações indígenas” protegidos por uma força internacional de paz. A pretexto de defender os direitos dos índios, vão explorar nossas riquezas e recursos naturais, cada vez mais raros e, depois de atingir seus nefandos objetivos, vão abandonar os nossos aborígines ou, então, vão tratá-los da mesma forma como trataram os seus índios, na conquista do oeste americano. A criação da “reserva yanomami” e agora a nefasta decisão de expulsão de cidadãos brasileiros da chamada reserva Raposa/Serra do Sol caracterizam um verdadeiro crime de lesa-pátria. A quem interessam estas atitudes? O nosso índio deve ter a liberdade de decidir sobre o que deseja e não ser tutelado por alienígenas.
Tentativas de guerrilha e de enquistamentos, como, por exemplo, a ação do MST (e assemelhados), que já participou de reunião de cunho terrorista no México, com integrantes da chamada guerrilha zapatista, numa tentativa de coordenar o movimento subversivo no continente americano (México, Colômbia, Equador etc.) serão incrementadas, visando a obter a secessão.
E a economia está sendo usada para facilitar toda esta ignomínia, através da venda das idéias do neoliberalismo, em especial da chamada "globalização", que nada mais representa do que um pseudônimo para o novo imperialismo do G-7, capitaneado pela potência hegemônica. É o "globaritarismo" (totalitarismo da globalização). Isto porque sua nefasta ação objetiva destruir o Estado Nacional Soberano, única instituição capaz de impedir o sucesso de nossos inimigos. A "globalização" tem como objetivo principal o controle dos mercados e a uniformidade de idéias. Por intermédio do pensamento, com o apoio de idéias adequadas, procura direcionar as forças sociais e, conseqüentemente, determinar o futuro ou a história.
A "globalização" disfarça novas formas de poder: é a nova forma do colonialismo. O processo que conduz à "globalização", através de políticas neoliberais, acaba por desestruturar o Estado Nacional Soberano. O processo é direcionado prioritariamente para obrigar a população a aceitar um novo paradigma, de modo que passe a aceitar, passivamente, a subordinação da cultura nacional à cultura "global". Assim, a conquista da nação soberana, ou do mais importante, de seus recursos naturais, pode ser facilmente obtida sem a utilização do poder militar. É a aldeia global. A parcela de ricos de qualquer país tende a uma forma comum de pensar que, no limite, se ajusta como classe, defendendo seus privilégios, independentemente do Estado-Nação a que pertença.
Para mantermos a Integridade do nosso Patrimônio Nacional, a Integração Nacional e a Paz Social é indispensável o urgente fortalecimento de nossas Forças Armadas, além da existência de um governo apto a enfrentar o que será talvez um dos maiores desafios da nossa História. Preservar para os nossos filhos aquilo que foi tão duramente conquistado pelos nossos antepassados. Afinal, o Brasil é dos brasileiros! Caso permaneçamos indiferentes, ausentes, medrosos, nossos filhos terão o direito de cobrar-nos: por que não fomos capazes de, além de doar nossas vidas em defesa do que recebemos, dar-lhes razão para continuarem a viver dignamente?
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