A AMAZÔNIA NA ESG
Prof. Marcos Coimbra
Artigo publicado em 07.2004 no jornal Ombro a Ombro.
A Escola Superior de Guerra- ESG, sob o comando do Major-Brigadeiro-do-Ar Antônio Luiz Rodrigues Dias, realizou nos dias 21 e 22 de junho um esclarecedor Seminário sobre "A Amazônia e o Século XXI", por intermédio do seu Centro de Estudos Estratégicos, em convênio com o BNDES e a ODEBRECHT. A abertura foi feita pelo ministro da Coodenação Política, Deputado Federal Aldo Rebelo. Em seguida, falou o presidente do BNDES, Prof. Carlos Lessa. Em seqüência, foram exibidos dois vídeos, contendo breves mensagens do ministro da Defesa, Embaixador José Viegas Filho e do Vice-Presidente do BNDES, Dr. Darc Costa, explicando as razões do não comparecimento. De manhã, o painel "A Integração nas Fronteiras da Amazônia", com o General-de-Divisão Carlos de Meira Mattos, o Ministro Rubem Antonio Corrêa Barbosa, chefe da divisão da América Meridional 2 do ministério das Relações Exteriores, o Vice-Almirante Murillo de Moraes Rego Corrêa Barbosa, diretor do Departamento de Política e Estratégia do ministério da Defesa e o Prof. Marcos Coimbra, Conselheiro da Escola. De tarde, "Presença das Forças Armadas na Amazônia", com o Contra-Almirante Marcus Vinicius Iorio Hollanda, Comandante Naval da Amazônia Ocidental, o General-de-Brigada Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, Chefe do Estado-Maior da Amazônia e o Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso, Presidente do CCSIVAM.
No dia seguinte, sob o título geral "Aspectos do Desenvolvimento da Amazônia", pela manhã, o painel "Aspectos Econômico-Sociais", com o Senador Mozarildo Cavalcanti, ex-relator da CPI das ONGs, o Coronel Roberto de Paula Avelino, Gerente do Calha Norte, o Dr. José Bonifácio Pinto Jr., do Projeto Madeira da ODEBRECHT, a Profª Bertha Becker, do Centro de Estudos Estratégicos da ESG e o Prof. Jorge Ramalho, do ministério da Defesa. Ainda pela manhã, o painel "A Importância da Pesquisa Científico-Tecnológica", com o Major-Brigadeiro-do Ar Thiago da Silva Ribeiro, do DEPED da Aeronáutica, o Vice-Almirante Othon Luis Pinheiro da Silva, da ARATEC Engenharia e o General-de-Divisão Ubiratan Athayde Marcondes, Subchefe da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro. De tarde, "A Questão Indígena", com o Prof. Jonas Marcolino, Representante Indígena, o General-de-Exército Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, Presidente do Clube Militar e o Prof. Francisco Carlos Teixeira da Silva, da UFRJ.
Foi um verdadeiro banho de Amazônia! O Seminário foi dirigido especificamente para os estagiários do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia e para os estagiários do Curso similar para estrangeiros. Também assistiram aos trabalhos integrantes do Corpo Permanente e alguns convidados. Além da valiosa atualização e transmissão de preciosos ensinamentos para todos, várias denúncias graves foram feitas de público e outras não enunciadas verbalmente, mas facilmente deduzidas das exposições formuladas. Listamos, a seguir, algumas delas:
1) A permanente cobiça internacional, em especial dos países do G-7, que não escondem sua intenção de eliminar ou diminuir a soberania dos países amazônicos sobre aquelas incomensuráveis riquezas;
2) A progressiva perda de controle real do território e do aproveitamento de suas riquezas, devido à ação de algumas ONGs, muitas financiadas por alienígenas, procurando jogar indígenas contra brancos brasileiros, chegando a influenciar de forma determinante autoridades brasileiras, com o quase total domínio dos meios de comunicação. Existem áreas em que somente brasileiros fardados podem entrar. Se estiverem em trajes civis, nem eles entram. Estrangeiros possuem trânsito livre;
3) A grave questão indígena representada pela demarcação de mais de 12% do território brasileiro para cerca de 350.000 índios, "por coincidência" sobrepondo-se às regiões mais ricas em minérios, estratégicos e preciosos, além de outras riquezas., comandada pela atuação de ONGs financiadas do exterior;
4) A confusão, proposital ou por falta de conhecimento, entre a área da Amazônia
Equatorial, a Amazônia Real, com cerca de 4 milhões de km2 e a Amazônia Legal, com 5 milhões de km2, criada mais em função de razões político-administrativas e não por similaridades geográficas. Isto leva a distorções incríveis quando é calculada a área de desmatamento da Região, levando pessoas e grupos mal intencionados a afirmar que o desmatamento da Floresta é muito superior à realidade;
5) A sensação explicitada, por parte das elites locais, de que a Região está abandonada pelo Poder Central.
É vital passar do discurso para a ocupação da área, antes que seja tarde demais!
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