POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS DE MÉDIO E LONGO PRAZO
Artigo publicado em
26/03/2015 - Monitor Mercantil
Economista
Marcos Coimbra
Professor,
Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa
e Autor do livro Brasil Soberano.
Continuando o exposto no artigo da semana passada,
apresentamos agora nossas sugestões de políticas e estratégias correlatas de
médio e longo prazo:
A -
Retomar a taxa histórica de crescimento de 7% ao ano, objetivando gerar novos
empregos e redistribuir dinamicamente a renda, fazendo o Brasil atingir novo
patamar econômico, consolidando uma estrutura produtiva de expressão moderna,
competitiva, alicerçada no mercado interno e inserida no mercado mundial:
A1 -
Obter estágio mais avançado de industrialização; A2 - Consolidar a vocação brasileira de grande produtor e exportador de
alimentos e matérias-primas agrícolas; A3 - Recuperar,
ampliar e modernizar a infra-estrutura
de energia, transportes e comunicações; A4 - Criar
novos empregos, capazes de absorver o crescimento da população economicamente
ativa (PEA) e reduzir o subemprego; A5 - Melhorar a distribuição de renda; A6 -
Combater a pobreza crítica.
B)
Organizar a vida econômica nacional:
B1 - Conceber política de investimento que,
assegurando o crescimento, contribua para a correção dos seguintes
desequilíbrios: I) Insuficiência
e obsolescência da infra-estrutura
econômica; II - Inadequação e pouco dinamismo da indústria; III - Justaposição
da agricultura eficiente, voltada para as exportações e práticas agrícolas
rotineiras e de baixa produtividade; B2 - Definir, com clareza, as regras do jogo da Economia, quanto a: I - Funcionamento do mercado; II - Papel do Estado
na ordem econômica; III - Relações entre o Capital e
o Trabalho; IV - Estrutura empresarial
(papel das empresas estrangeiras, em especial); B3 - Estabelecer programações viáveis de
investimentos prioritários de curto, médio e longo prazo, públicos e privados,
garantindo fontes seguras de financiamentos, em especial os de caráter
indicativo, com: I) Definição dos papéis e das responsabilidades dos diversos
agentes econômicos: I1 -
Iniciativa privada- deve caber a maior parte dos investimentos diretamente
produtivos; I2 - Capital estrangeiro-estímulo à retomada de seus níveis de
investimento de risco, nessas atividades, complementarmente, em associações com
capitais nacionais, de preferência; I3 - Setor público- deve procurar
limitar-se aos casos anteriormente previstos na
Constituição (petróleo, controle da mineração. telecomunicações, minerais
nucleares e outros). Quanto
aos demais, somente em função de razões de segurança nacional ou de relevante
interesse coletivo ou estratégico; I4 - Serviços públicos- a empresa privada
deve aumentar sua participação inclusive em transportes, portos, ferrovias,
terminais rodoviários e rodo ferroviário, transportes aquaviários
e aéreo e outros, devidamente fiscalizada pelo poder concedente; II - Fazer com
que os mecanismos de mercado procurem balizar decisões de investir, com exceção
dos investimentos prioritários, de produzir e consumir, com exceção naquilo que
se refere aos abusos do poder econômico, a defesa do consumidor e a garantia da
livre concorrência.
C) Busca
de integração nacional:
C1 - Ampliar e modernizar as grandes vias de
transporte, com visão intermodal nos sentidos norte-sul e leste-oeste, de forma
a que atuem como instrumentos de integração econômica e social, ocupando
espaços vazios no Centro-Oeste e na Amazônia; C2 - Reduzir os grandes desníveis
econômico-sociais, que secionam o espaço nacional em um núcleo organizado e
duas regiões marginalizadas, minimizando o hiato de desenvolvimento existente e
viabilizando complexos industriais integrados, voltados para maximizar as
vantagens comparativas regionais; C3 - Reorganizar a estrutura fundiária e criar programas de
desenvolvimento rural integrado e de orientação das migrações do campo para
novas fronteiras de ocupação; C4 - Gerir, com inteligência, equilíbrio e visão de
futuro, o patrimônio nacional legado pelos nossos antepassados.