PERTURBADORA ESQUIZOFRENIA
Artigo publicado em 27/04/2017 - Monitor
Mercantil
Economista Marcos Coimbra, Professor,
Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho Diretor do
CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro
Brasil Soberano.
A esquizofrenia caracteriza-se quando comportamentos abertamente
desviantes se manifestam em um sistema. O que é válido para qualquer conjunto,
seja ele um indivíduo, um país ou o mundo.
Na
área internacional, persistem episódios dantescos, abrindo sérios precedentes,
capazes de ameaçar todos os países. A guerra civil na Síria, fortemente
influenciada por agentes externos, demonstra a crueldade da denominada “guerra
híbrida”, responsável pelo trágico massacre de toda uma população inocente,
vítima de algozes de todos os lados. O terrorismo indiscriminado atinge de
início o Oriente Médio, estendendo-se agora de modo expressivo para a Europa.
Alguns países como a Grécia até agora não conseguiram recuperar-se do desastre
econômico. Medidas restritivas aos interesses dos trabalhadores estão sendo implementadas.
Presenciamos
a reação irada da massa da população atingida por estas duras medidas de
contenção, as quais afetam diretamente o Estado de bem-estar social tão
duramente alcançado ao longo do tempo. A
indignação se alastra por toda a Europa, pois até direitos adquiridos estão
sendo atingidos como aposentadorias e pensões, além, é
óbvio, da eliminação de oportunidades de trabalho. As taxas de desemprego
atingem valores absurdos principalmente nos mais jovens. Enquanto isto os “donos
do mundo” e seus agentes permanecem acumulando riquezas imorais. Bilhões de
euros e dólares são “doados” aos grandes e verdadeiros responsáveis pela crise
mundial. Será que os detentores do poder político ainda não tiveram a
sensibilidade de perceber que estão criando as condições para uma revolta sem
precedentes em seus respectivos países? Até quando o combalido dólar persistirá
como moeda-padrão no mundo?
Uma
contundente denúncia sobre o insidioso papel desestabilizador do Conselho
Mundial de Igrejas (CMI), cujos recursos para fundação da entidade, em 1948,
provieram da Fundação John D. Rockefeller, partiu do cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da
Fé do Vaticano (o renunciante papa Bento XVI). Em uma entrevista à Folha de
S. Paulo de 10 de junho de 1997, ele afirmou: "Grande parte dos bispos
católicos da América Latina se lamentam comigo do fato de que o Conselho
Ecumênico de Igrejas [como o CMI também é conhecido] tem dado grande ajuda a
movimentos de subversão, ajuda que talvez tivesse boas intenções, mas que
acabou sendo bastante danosa para o Evangelho."
No
Brasil, essa campanha de subversão é permanente. De fato, o CMI tem financiado
e promovido diversas iniciativas contra o desenvolvimento e a soberania do
País, com ênfase nas questões agrárias, ambientais e indigenistas, além de ser
um dos principais promotores das campanhas de desarmamento civil. Entre as ONGs
que recebem o seu apoio direto, destacam-se o Movimento dos Trabalhadores
Rurais sem Terra (MST), Via Campesina, Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Instituto Socioambiental
(ISA). Praticamente cada grande projeto de infraestrutura e
logística empreendido no País, nas últimas décadas, tem se defrontado
direta ou indiretamente com uma ação de sabotagem do CMI.
Em nosso
país, não existem recursos para aplicação na infraestrutura econômico-social
(saúde, educação, segurança, energia, transportes, comunicações, ciência e
tecnologia), mas eles apareceram milagrosamente para obras ou empreendimentos
faraônicos como Olimpíadas, Copa do Mundo etc. Parece que as necessidades
coletivas e básicas do povo brasileiro já foram atendidas e agora é hora do
circo. A corrupção alcança patamares de pandemia. É difícil achar um órgão, nas
três esferas de administração, capaz de passar incólume por uma devassa. E as
danosas consequências começam a serem conhecidas.
A União
possui dezenas de milhares de cargos de nomeação política para manter a
“coalizão presidencialista”, fora outros atrativos, como os 28 ministérios.
Imaginem o número adicional de cargos de governadores, congressistas, prefeitos
e suas respectivas e inúmeras assessorias. Está sendo costurado um vergonhoso
“acordão” envolvendo altas autoridades dos poderes da República para garantir o
perdão ao caixa dois, com a utilização de vários artifícios, como a “suspensão
da pena”.
Ainda, depois do pedido de vista que adiou a
votação da vergonhosa proposta que tipifica crimes por abuso
de autoridade, o Senado deve levar o projeto à votação na reunião da
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no dia 26.04. Na reunião
será votado o substitutivo do senador Roberto Requião (PMDB-PR) à proposta
originalmente apresentada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O
substitutivo é a terceira versão da proposta original de Calheiros e estabelece
mais de 30 tipos penais, punindo, por exemplo, o juiz que decretar prisão
preventiva, busca e apreensão de menor ou outra medida de privação da liberdade
em desconformidade com a lei. É mais uma tentativa de anular a operação Lava
Jato, preservando a imunidade de dezenas de congressistas indiciados.
Enquanto
isto a administração atual continua a tentar aprovar propostas de extrema insensatez
como a terceirização, a lei da imigração, reforma
previdenciária e reforma trabalhista. É o paroxismo da crueldade e da
prepotência. Até quando? A solução será não votar em 2018 em congressista que
participar destas ações e eleger candidatos novos, capazes de reverter todas
estas medidas absurdas no novo período legislativo.