OS IMPERDOÁVEIS
Artigo publicado em 17/11/2016 - Monitor Mercantil
Economista
Marcos Coimbra
Professor,
Assessor Especial da Presidência da ADESG, Acadêmico Titular da Academia
Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.
Existem pessoas que pensam vinte e
quatro horas por dia em fazer o mal, como tirar dinheiro principalmente da
classe média e dos menos favorecidos, tanto na esfera pública como na área
privada. São os malignos, criaturas do mal. Nero, Calígula, Herodes. Foram
sucedidos pelos novos malignos, mais sutis.
No setor público, criam dificuldades para gerar facilidades. Há dezenas
de impostos, taxas, contribuições tarifas e cobranças de toda ordem. Aumentam
arbitrariamente as alíquotas. Inventam justificativas pueris para extorquir o
cidadão. A prefeitura do Rio de Janeiro,
ao transferir da Santa Casa para a iniciativa privada a administração dos
cemitérios, criou um verdadeiro IPTU dos mortos. Está sendo cobrada dos
proprietários dos jazigos uma taxa de até R$ 550,00 por ano a título de
manutenção, para começar, sob pena de proibição do
sepultamento no jazigo, após três anos sem contribuição. Isto é para começar.
Depois, o céu é o limite.
Ao mesmo
tempo, diminuíram a alíquota do IPTU de supermercados para quase a metade e beneficiram os segmentos financeiro
e bancário, que, apesar de usufruírem o maior lucro da história, praticamente
nada pagam de imposto de renda em comparação com o assalariado. É a tática
“Hood Robin”: tirar dos pobres e remediados para dar aos ricos, ao contrário do
lendário aventureiro Robin Hood. A indústria de multas prospera inclusive com a
sociedade de empresas privadas.
A cada
mudança na legislação ocorre mais um assalto ao contribuinte. Tanto na esfera
federal, como na estadual e na municipal. Os governantes estão cada vez mais
ricos. Vão ao Exterior como o cidadão comum vai à Maricá. Gastam fortunas em
festas suntuosas e segurança para si e para seus parentes. Transmitem o mandato
legislativo de pai para filho, de marido para mulher, de avô para neto, ancorados em uma
sólida base assistencialista e clientelista, usando a corrupção. O empreguismo
é desenfreado. E o pior. Pouco é dado em contrapartida. As estradas estão
resumidas a uma sucessão de crateras (vide BR-101), a energia vai entrar em
colapso em pouco tempo caso o Brasil volte na crescer acima de 3 % ao ano. A
corrupção campeia em todos os segmentos.
As comunicações foram entregues a corsários
alienígenas. A saúde pública está abandonada. A educação pública, refém de
cotas, forma analfabetos funcionais. A segurança pública desapareceu. A
previdência pública está sendo deliberadamente quebrada, para propiciar o
crescimento da previdência privada. Os fundos de pensão estão sendo saqueados.
O país cresce como rabo de cavalo. Para baixo. Enquanto isto, países
pertencentes aos BRICS, em especial China, e Índia crescem. São nações
soberanas e em desenvolvimento. Mas lá os corruptos são exterminados com um
tiro na nuca e a família ainda paga a bala.
Na esfera
privada, progressivamente toda a atividade produtiva vai sendo comprada pelo
segmento financeiro. De fato, o segmento especulativo no Brasil agora usa
empresas comerciais e industriais para captar clientes cativos e lucrar, de
fato, no giro do dinheiro. É por esta razão que, atualmente, é muito difícil
comprar à vista em qualquer loja. O desconto oferecido não compensa, quando é
comparado com a possibilidade de pagamento no cartão de crédito, em várias
parcelas, “sem juros”. É óbvio que o valor dos juros já está embutido no preço
estipulado da mercadoria oferecida. Vejam as ofertas das principais lojas de varejo
no Brasil. Aceitam o pagamento em 12 vezes, com início até dois meses depois da
compra, sempre anunciando, com raras exceções, que o valor é o mesmo tanto para
o pagamento à vista como em “suaves” prestações. Evidentemente, não pode ser.
Outro exemplo marcante é o empréstimo com consignação em folha para aposentados
e pensionistas, com risco zero para os Bancos, que chegam a cobrar até 5% ao
mês. É uma das maiores crueldades perpetradas contra os menos favorecidos, os
quais estão se endividando brutalmente, estimulados por irresponsáveis meios de
comunicação, sem o menor controle por parte das autoridades econômicas.
Mais um
exemplo é a chamado Bolsa Família, que agrupou vários benefícios de caráter
assistencialista, com finalidade nitidamente eleitoreira. É inclusive um
obstáculo à mobilidade social, pois se o beneficiário conseguir algum
rendimento adicional legal, perde a doação, abrindo
caminho para uma grande quantidade de desvios e descaminhos, favorecendo a
economia informal. É criada a cultura do “coitadinho”, onde não é necessário
esforço para conseguir o sucesso. Não precisa estudar, nem trabalhar, pois o
Grande Pai proverá tudo aquilo necessário. Surgem as quotas e bolsas. Se não
possui casa própria é só invadir que lhe será dada. Só que a fonte fornecedora
dos recursos está secando, pois cada vez mais existe menos renda na população
pagadora de impostos e mais benefícios criados pelos malignos. E “pacotes de
maldades” são apresentados como soluções, sem que as sejam realmente, nos
planos federal e estadual.
É difícil
combater os malignos, pois seu poder é incomensurável. Controlam os meios de
comunicação, elegem representantes no Poder Executivo e no Legislativo.
Influenciam até o Judiciário, nomeando “adeptos”. O povo brasileiro merece
respeito e dignidade. É chegada a hora de todas as pessoas de bem unirem-se
para que, algum dia, nossa Pátria volte a ser o que já foi em tempos passados.
Um Brasil soberano, em ritmo de desenvolvimento, funcionando quase a pleno
emprego, com uma classe média pujante e com a contrapartida de serviços
coletivos dignos.