MUNDO
VIRTUAL E A REALIDADE
Prof. Marcos Coimbra
Membro do Conselho Diretor do
CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de
Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
(Artigo publicado em: 13.12.12 -
MM).
É
impressionante a diferença entre o mundo virtual divulgado pela propaganda
intensiva e sufocante, através da mídia amestrada e cúmplice, dos
“governantes”, em seus três níveis de atuação e a realidade dos fatos. Isto é
especialmente verdadeiro no relativo ao Estado do Rio de Janeiro e ao município
de mesmo nome. Suas respectivas administrações são pródigas em “vender”
ilusões, criando “factóides” de toda ordem, tentando
passar a imagem de que está tudo maravilhoso em suas jurisdições. Entretanto, a
análise fria dos acontecimentos desmente o ilusionismo apresentado.
O
deputado estadual Luiz Paulo (PSDB), juntamente com outros parlamentares, foi
até o Procurador Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Cláudio Lopes,
para falar da situação caótica que o metrô se encontra e que enfrentará com a
tão comentada linha 4, que no entendimento dos
deputados, não passa de um prolongamento da linha 1, assim como a linha 2. Tudo
está sendo feito “na gambiarra”. A malha metroviária é cheia de emendas
provisórias, que acabam se tornando definitivas, devido ao custo ser mais
baixo. “Todo mundo fica surpreso e não tem planejamento”. Luiz Paulo salienta
ainda que o metrô é necessidade, mas está sem planejamento. A estação General
Osório, por exemplo, não foi preparada para ter continuação. Será preciso fazer
uma estação “gêmea” para dar continuidade à linha e a mesma poder prosseguir
sem baldeações.
Ainda foi
citado que o metro da linha 1 não foi preparado para
atuar na linha 2, por erro logístico. E mais: nem todos sabem, mas a estação da
Carioca já está, desde a sua inauguração, preparada para receber outra linha,
só falta o acabamento. Além disso, a estação Estácio foi praticamente
esquecida, pois a linha 2 já não passa por lá.
Mas os
“governantes” não estão nem aí para a realidade. Eles não andam de metrô, muito
menos em outras formas de transporte coletivo. Deslocam-se de helicópteros ou
então em comboios de segurança, onde vias públicas são interditadas para seu
maior conforto. Só querem saber de grandes obras e eventos, destinadas a
empreiteiras amigas, em contrapartida aos generosos financiamentos de campanha
recebidos, na ocasião dos pleitos eleitorais. A passagem em ônibus caminha para
ser a maior do Brasil (R$ 3,05), a partir do reajuste previsto em contrato para
o dia 02.01.13. Entrar em uma composição do metrô passou a ser tarefa digna de
entrar para o elenco dos trabalhos de Hércules. Vão derrubar o viaduto errado.
Ao invés do Joá, condenado pela Coppe, o sacrificado
será o da Perimetral.
Na área
da “segurança”, assaltos são praticados em plena praia de Ipanema (a faca, não
foi com arma de fogo) e uma cidadã é assassinada na frente de seu filho, menor
de idade, no Colégio, antes pacato bairro carioca. Em regiões “pacificadas”,
marginais praticam tiro ao alvo em policiais militares, ceifando barbaramente
suas vidas, o tráfico de drogas continua a existir de um modo mais discreto e
hordas de viciados perambulam pelas ruas da cidade antes maravilhosa, sem
poderem ser recolhidos para serem tratados. As ONGs ditas de “direitos humanos”
não permitem. Mas não defendem os direitos dos cidadãos agredidos e muito menos
dos policiais feridos.
No campo
da saúde predomina a barbárie. É uma profusão de Organizações Sociais (OSs) e de Fundações invadindo e usurpando as funções dos
servidores públicos concursados. Situações esdrúxulas são criadas como a
nomeação de celetistas recém-contratados para a chefia de órgãos, onde labutam
profissionais de vasta experiência e competência. Instituiu-se o predomínio do
“cumpadrismo” sobre a meritocracia. Licitações de
grande porte são vencidas pela notória e polivalente ONG Viva
Rio (aquela que empurrou goela abaixo do Brasil o desarmamento do
cidadão honesto contra a vontade da maioria do povo e que também ganha dinheiro
no Haiti). Qual será o grande segredo do seu sucesso? O escândalo das filas do Into-RJ
mostra a realidade.
Na
educação, o diagnóstico não é muito diferente. A ideia agora é avaliar os
professores ao invés dos alunos com a implantação de bônus para professores do
Rio de Janeiro. A Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro prepara
uma medida ousada para melhorar a qualidade do ensino no ano que vem. Até o fim
do primeiro semestre de 2013, o órgão promoverá o primeiro exame de
certificação de conhecimento para professores. Quem atingir a nota mínima nos
testes passará a receber um bônus mensal no salário de R$ 500 a mil reais, de
acordo com a carga horária. Em 2014, quem passou no primeiro exame poderá
concorrer no nível 2, que dará direito a uma
remuneração extra entre mil reais e R$ 2 mil mensais. Ou seja, o Estado
reconhece que paga salários irrisórios aos mestres e mascara a situação através
da implementação de artifícios maquiavélicos.
Esperamos
que em data não muito longínqua, os eleitores cariocas e fluminenses
conscientizem-se da dura realidade e escolham seus representantes em função dos
resultados concretos e não da propaganda ilusória, vendedora de miragens.
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