INSEGURANÇA NO BRASIL
Artigo publicado em 09/02/2017 - Monitor Mercantil
Economista
Marcos Coimbra
Professor,
Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho Diretor do
CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro
Brasil Soberano.
Na atual
conjuntura, quando até os antes intocáveis "donos do poder político"
começam a ser atingidos pela violência, pela qual são
também responsáveis, o assunto ganha relevo. Autoridades públicas de hoje, ex-terroristas e até assaltantes de ontem, de repente,
passam a deter a responsabilidade de serem comandantes do combate ao
banditismo, na ocasião de uma verdadeira guerra civil não declarada vigente. É
evidente que dificilmente resolverão a grave problemática. Não possuem
tradição, nem hábito. Em seguida, falta competência e vontade política. O
triste exemplo do que está a ocorrer no Espírito Santo comprova a assertiva.
Sabe-se
que o combate à violência deve ser concretizado através de ações de curto,
médio e longo prazo. No médio e longo prazo, há necessidade de adoção de um
novo modelo econômico, distante do neoliberalismo imposto a nós pelo sistema
financeiro internacional. É vital o fortalecimento do mercado interno, a
diminuição significativa da imoral taxa de juros praticada, a adoção de um novo
processo de substituição de importações, procurando obter-se a autossuficiência
na produção de itens estratégicos, a elaboração de um plano nacional de
desenvolvimento capaz de ser
cumprido, a ascensão ao poder político de brasileiros verdadeiramente patriotas
e não de representantes do capital estrangeiro. Investimento na infraestrutura,
o retorno do setor público à situação de poupador positivo, por intermédio da
diminuição da sonegação e de uma reforma tributária capaz de fazer com que os
bancos paguem também impostos proporcionais aos lucros auferidos. Isto na
expressão econômica.
Na
expressão psicossocial, o mais importante é o investimento maciço na educação,
procurando recuperar a qualidade perdida do ensino, desde o fundamental até o
superior. A valorização de nossa língua, costumes e tradições. O incentivo às
atividades culturais. O aprimoramento progressivo da saúde pública, buscando a
melhoria do seu atendimento e procurando a universalização do atendimento. A
adoção e o fiel cumprimento de código de ética para os meios de comunicação,
procurando, por intermédio de legislação adequada, evitar o monopólio e o
oligopólio da mídia, mas sem censura.
Na
expressão militar, é significativo, além da justa remuneração dos
profissionais, o aumento de verbas destinadas ao treinamento, adestramento e
aprestamento da tropa. O investimento em ciência e tecnologia bélica, a
recuperação da indústria bélica nacional, o domínio da tecnologia nuclear.
Na
expressão política, há necessidade de uma imediata reforma total. O Poder
Judiciário deve agir mais rapidamente, com maior proximidade com o povo. É
imperiosa a mudança de critério para preenchimento dos cargos de Ministro e
outros, de político para meritório ou promoção vertical, em especial nas Altas
Cortes. O Poder Legislativo deve possuir menos membros, eleitos com a
utilização do voto distrital e os postulantes a cargos eletivos devem ser
submetidos a cursos de qualificação e severos critérios de recrutamento, com
eliminação sumária dos impuros.
Os Tribunais Eleitorais deveriam ter caráter
permanente de fato. A apuração eletrônica só pode ser mantida com a impressão
dos comprovantes, para a apuração em paralelo, em caso de recontagem. Os
Tribunais de Contas também deveriam ter seus integrantes não indicados
politicamente, mas sim por concurso progressivo. Os detentores do poder
político deveriam ser obrigados a usar os mecanismos constitucionais de
referendo e plebiscito e submetidos a uma confirmação no meio do mandato.
Voltando
ao tema segurança, em destaque, em curto prazo, nunca se disse tanta bobagem em
tão pouco tempo. Ideias estapafúrdias como a campanha do desarmamento civil,
atendendo à imposição do exterior. Também voltam os "policiólogos"
de plantão a pregar a unificação das polícias e a desmilitarização das polícias
militares. As Forças Armadas brasileiras possuem um efetivo total de pouco mais
de 320.000 homens, incluídos os conscritos. O efetivo total das polícias
militares no Brasil (Estados e DF) é cerca do dobro do efetivo das tropas do
Exército. Somente a de São Paulo é em torno de 90.000 combatentes.
Podem
surgir problemas sérios colocando em risco a manutenção da integridade
territorial do país. Por isto, as polícias militares devem continuar
militarizadas e subordinadas à Força Terrestre, para melhor controle.
Inclusive, quando havia a Inspetoria Geral das Polícias Militares, dirigida por
um general, havia muito mais segurança. Há lugar para as duas polícias. O
importante é que sejam complementares, eficazes, não superpondo funções e mais
integradas, inclusive com as guardas municipais (poderia ser uma polícia
comunitária), em especial na área de inteligência, devendo haver um comando
único, assessorado por um estado maior composto de um representante de cada
instituição. É evidente que deve existir integração entre todos os subsistemas
que participam do conjunto (Judiciário, Ministério
Público, subsistema penitenciário, Polícias Federal, Rodoviária, Ferroviária e
outros).
Não à
entrega da base de Alcântara!