DITADURA CONSTITUCIONAL EM
ANDAMENTO
Artigo
Publicado em 15.08.13-MM
Prof.
Marcos Coimbra
Membro do
Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da
Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
Verificamos o grau de clarividência do
genial autor do livro 1984, Eric Blair (George Orwell), observando o mundo
atual A teletela imaginada por ele já está quase
presente em países ditos democráticos, sob a justificativa de garantia de
segurança, através de milhares de câmeras de transmissão de imagens, a exemplo
da série “Person of Interest”.
Falta apenas transmitir imagens das pessoas que simultaneamente recebem o
sinal, o que ainda não é possível.
O “crimidéia” é praticado
às escancaras principalmente em países próximos a nós geograficamente, do grupo
bolivariano, em nome da “democracia plebiscitária”, que exige mobilização
popular permanente, manipulada por aqueles que estão no poder. As Instituições
são erodidas, aproveitando-se o baixo nível de educação da massa de eleitores,
bem como a formidável máquina de pressão daqueles que, aproveitando-se das
fragilidades do regime democrático, vão progressivamente implantando o
totalitarismo no país.
De início, dominam o Executivo, apossando-se
de milhares de cargos de confiança. A seguir, cooptam o Legislativo, eliminando
a oposição porventura existente. O Judiciário vai sendo paulatinamente
controlado, por intermédio da nomeação dos principais integrantes dos Tribunais
Superiores.
A recente nomeação dos dois novos ministros do
Supremo já inverteu a tendência anteriormente expressa pelo plenário, em
especial no tocante a quem cabe cassar o mandato de congressistas condenados. É
indício de outras alterações quanto a decisões anteriores, as quais passam
agora a serem fruto da composição eventual da Corte. Possivelmente haverá a
tentativa, com sucesso, de realizar um novo julgamento dos “mensaleiros”
com graves consequências para a credibilidade do Poder Judiciário. Aos
empresários são permitidos lucros vultosos, através de
concessões indecentes, licitações dirigidas e ausência
de regulação e fiscalização. A massa do eleitorado é enganada por ações
eminentemente eleitorais, com bolsas de diversos tipos, com a finalidade de
ganhar eleições. Promessas são esquecidas e a verdadeira classe média é cada
vez mais penalizada. Tudo isto provoca uma indignação generalizada no povo e
seus perigosos desdobramentos, que ninguém pode prever até onde chegará.
Vão obtendo vitórias progressivas,
aumentando seu poder. Inicialmente, fazem alianças espúrias com partidos sem
ideal ou filosofia, eminentemente fisiológicos, para manter a maioria no
Congresso, viabilizando o chamado “presidencialismo de coalizão”, origem dos
maiores escândalos da República. À medida que vão se fortalecendo, iniciam o
processo de descarte dos eventuais aliados. Exemplo flagrante disto é o
desigual tratamento oferecido quanto a denúncias de corrupção no ministério. Os
ministros pertencentes aos partidos dos eventuais aliados foram demitidos ou
forçados a solicitar demissão enquanto os “companheiros”, acusados de delitos
tão ou mais graves continuam em seus postos.
A mídia amestrada exerce seu nefasto
papel, praticando o visualizado por George Orwell, confundindo e desvirtuando
os acontecimentos. A corrupção passa a ser regra. As distorções de gênero são
incentivadas. A coesão social é destruída. A Família e a Escola sofrem tenaz
campanha de desmoralização. Impera a ditadura do politicamente correto. A
última Instituição Nacional (Forças Armadas) capaz de reagir contra a
implantação do totalitarismo é minada por ações subrreptícias,
através do desvio de suas funções constitucionais, sob
permanente ataque direto e indireto dos ressentidos com seus sucessos e
via seu constante enfraquecimento. A anomia se espalha. Os cúmplices de hoje
serão as vítimas de amanhã.
O brutal exemplo das últimas ações
praticadas contra a liberdade de imprensa e o livre pensamento na Argentina,
Venezuela e Equador é preocupante e esclarecedor. Prenuncia aquilo que deverá
ocorrer no Brasil, caso os atuais detentores do poder político no país consigam
a reeleição, hipótese a mais provável, considerando a fragilidade da
“oposição”, apesar do fracasso gritante da atual administração. Falta consenso
para apresentação de candidatos competitivos, comprometidos com os interesses
nacionais. Inexiste estratégia hábil para levar a eleição para o segundo turno,
de modo a propiciar ao eleitorado a opção por um candidato mais comprometido
com os Objetivos Nacionais Brasileiros.
Como evitar a ditadura constitucional é
o grande desafio a ser vencido por nós, brasileiros.
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