DECADÊNCIA GENERALIZADA
Artigo
publicado em 25.09.14-MM
Economista
Marcos Coimbra
Professor,
Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa
e Autor do livro Brasil Soberano.
Nosso amado Brasil está sofrendo
infelizmente as graves consequências ocasionadas pelas pífias administrações
que assolam o país há 20 anos. De fato, são duas faces da mesma moeda, o PSDB e
o PT. Porém, a situação foi agravada acentuadamente nos últimos quatro anos.
A imagem
vendida por Lula de que Dilma seria uma eficiente gerente não corresponde à
realidade.
Principia pela ausência de um Projeto Nacional de
Desenvolvimento. Para a reeleição, até agora também nada, a menos de duas
semanas do pleito. Comenta-se que existem duas razões principais para isto: de
fato, não há projeto e aquilo que existe não pode ser apresentado, devido ao
conflito existente entre o pensamento da presidente e o do PT. Outros asseveram
que a coordenação da campanha petista não quer deixar o flanco aberto para
críticas. Desejam um cheque em branco do eleitorado para fazerem aquilo que
quiserem após as eleições.
Continua pela péssima gestão demonstrada em sua
administração. Órgãos antes respeitados internacionalmente, motivo de orgulho
para os brasileiros, começam a cometer erros gritantes, causando danos severos às
respectivas imagens. Recentemente, exemplos flagrantes são:
1) a sucessão de escândalos
envolvendo a maior de nossas empresas, símbolo da competência brasileira, a
qual está dentro do coração de todos os patriotas ainda existentes no país, a
nossa maltratada Petrobras, em função principalmente do loteamento
político-partidário de seus principais cargos, entregues a políticos ávidos por
recursos e poder, incompetentes e inescrupulosos, a saquear nosso patrimônio;
2) o equívoco cometido pelo
Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), subordinado à Secretaria de
Assuntos Estratégicos, da Presidência da República, em pesquisa realizada em março do
corrente ano, sobre tolerância com estupro ao dizer que 65% dos entrevistados concordam
que mulheres com roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas, quando o
correto é 26%, segundo declaração retificadora feita em abril;
3) o
grave erro cometido pelo respeitado Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), pela primeira vez em sua principal pesquisa, ou seja, a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2013) que mostra o retrato
socioeconômico do país, com dados do mercado de trabalho, educação e acesso a
bens do pais, quando expandiu o peso de regiões metropolitanas em sete estados
do Brasil, ocasionando vários erros, corrigidos rapidamente, em função do
alerta de usuários do órgão. O principal deles foi no
relativo ao Índice de Gini, o qual estava em 2012 em
0,496, foi para 0,498 no dado anunciado preliminarmente, caindo para 0,495,
após a correção anunciada (quanto mais próximo de zero, mais igualdade na
repartição de renda).
A diretora-executiva do sindicato de funcionários
do IBGE, o ASSIBGE-SN, Ana Magni, afirmou na semana
passada que o erro na Pnad é resultado das más condições de trabalho no
instituto, com poucos recursos materiais e humanos para um excesso de trabalho
e prazos apertados. “É um alerta que vínhamos fazendo: muito pouca gente, para
muito trabalho e pressão de prazos. É um erro básico, que pode ocorrer com
qualquer um que tenha que trabalhar com essa pressão” asseverou ela. Na sua
avaliação, a situação hoje é ainda pior do que durante a greve, entre os dias
26 de maio e 12 de agosto, já que o Ministério do Planejamento anunciou novos
cortes no orçamento do IBGE (do total pedido de R$766 milhões para o orçamento
de 2015, foram amputados R$ 562 milhões). Além disto, de acordo com o
Sindicato, existem mais de 3.700 funcionários do IBGE com mais de 26 anos de
tempo de serviço, perto de se aposentar.
É oportuno salientar que a taxa média do desemprego
das seis principais regiões metropolitanas no país não foi divulgada nos meses
de maio, junho e julho, por causa da greve, bem como o IBGE já havia sofrido
uma crise institucional este ano, quando a administração federal decidiu
interromper a divulgação dos dados da Pnad Contínua, que acompanha o mercado de
trabalho, voltando atrás devido à reação do corpo técnico do órgão. Outras
pesquisas previstas já serão atingidas, como a Contagem da População e o Censo
Agropecuário, que deveriam ter o planejamento iniciado em 2015, mas foram
suspensas em setembro.
E estes exemplos repetem-se em muitos outros
setores. De fato, o Brasil real é muito
diferente do Brasil virtual apresentado na propaganda eleitoral petista. Nunca
antes na história deste país houve tamanha manipulação de dados e fatos, uso
escancarado da máquina pública para reeleger a quem está causando tantos
malefícios ao povo brasileiro, abusivo emprego de vultosos recursos de origem
desconhecida. É urgente providenciar a alternância no poder, propiciando
oportunidade a quem possa empreender uma alteração radical nos descaminhos
identificados ao longo destes últimos anos. Chega de corrupção!
À luta, brasileiros, enquanto ainda é possível
realizar ações concretas para eliminar a incompetência e os “malfeitos”
existentes. Ainda existe esperança, apesar da vulnerabilidade da apuração
eletrônica com urnas de primeira geração, só utilizadas pelo Brasil.
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