CONSEQUÊNCIAS DRAMÁTICAS DAS AÇÕES DOS MALIGNOS

 

Artigo publicado em 23/03/2017 - Monitor Mercantil

 

Economista Marcos Coimbra

Professor, Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano

Já escrevemos neste espaço alguns artigos sobre “Os Malignos”, tema que se revela oportuno no momento atual, principalmente em função das manifestações populares ocorridas no país. Afirmamos então que existem pessoas que pensam 24 horas por dia em como tirar dinheiro principalmente da classe média e dos menos favorecidos, tanto na esfera pública como na área privada. São criaturas do mal.

         No setor público, criam dificuldades para gerar facilidades. Há dezenas de impostos, taxas, contribuições, tarifas e cobranças de toda ordem. Aumentam arbitrariamente as alíquotas. Inventam justificativas pueris para extorquir o cidadão. Ao mesmo tempo, beneficiam os segmentos financeiro e bancário, que, apesar de usufruírem o maior lucro da história, praticamente nada pagam de imposto de renda em comparação com o assalariado. É a tática “Hood Robin”: tirar dos pobres e remediados para dar aos ricos, ao contrário do lendário aventureiro Robin Hood.

         A cada mudança na legislação ocorre mais um assalto ao contribuinte. Os governantes estão cada vez mais ricos. Vão à Europa como o cidadão comum vai à Niterói. Gastam fortunas em festas suntuosas e segurança para si e para seus parentes. Transmitem o mandato legislativo de pai para filho, de marido para mulher, de avô para neto, ancorados em uma sólida base assistencialista e clientelista, usando a corrupção. O empreguismo é desenfreado.  Pouco é dado em contrapartida. As estradas estão resumidas a uma sucessão de crateras. A energia vai entrar em colapso caso o Brasil volte na crescer acima de 3 % ao ano. As comunicações foram entregues a corsários alienígenas. A saúde pública está abandonada. A educação pública, refém de cotas, forma analfabetos funcionais. A segurança pública desapareceu. A previdência pública está sendo deliberadamente quebrada, para propiciar o crescimento da previdência privada. Quem vai conseguir aposentar-se com 65 anos de idade e 49 anos de contribuição? E isto para acabar ganhando pouco mais de um salário mínimo. O país cresce como rabo de cavalo. Para baixo. Enquanto isto, os demais países pertencentes aos BRICS (China, Índia, Rússia e África do Sul) crescem. Mas lá os corruptos são exterminados com um tiro na nuca e a família ainda paga a bala.

         Na esfera privada, progressivamente a atividade produtiva vai sendo transferida para o domínio de empresas estrangeiras. Em uma pesquisa menos superficial, constatamos que a maioria das 500 maiores empresas do país pertence ao setor financeiro, direta ou indiretamente. De fato, o segmento especulativo no Brasil passou a usar empresas comerciais para captar clientes cativos e lucrar, de fato, no giro do dinheiro. É por esta razão que estava muito difícil comprar à vista em qualquer loja. O desconto oferecido não compensava, quando é comparado com a possibilidade de pagamento no cartão de crédito, em várias parcelas, “sem juros”. É óbvio que o valor dos juros já estava embutido no preço estipulado da mercadoria oferecida, vide as ofertas das principais lojas de varejo no Brasil. Então a atual administração autorizou a forma de venda à vista com desconto. Vamos ver se dará certo. Outro exemplo marcante é o empréstimo com consignação em folha para aposentados e pensionistas, com risco zero para os Bancos, que chegam a cobrar até 5% ao mês. É uma das maiores crueldades perpetradas contra os menos favorecidos, os quais estão se endividando brutalmente, estimulados por irresponsáveis meios de comunicação, sem o menor controle por parte das autoridades econômicas.

         É difícil combater os malignos, pois seu poder é incomensurável. Controlam os meios de comunicação, elegem representantes no Poder Executivo e no Legislativo. Influenciam até o Judiciário.

         Por isto, existem razões de sobra para a eclosão de autênticos movimentos populares nas ruas, indignados com a falta de governança, de gestão, do atendimento às necessidades básicas do cidadão, sufocado pela corrupção desenfreada flagrada indiscriminadamente em quase todas as atividades desenvolvidas no Brasil, pela mentirosa propaganda maciça dos detentores do poder político no país há 15 anos, tentando iludir o povo, apregoando conquistas inexistentes, pelo absurdo desperdício de recursos, com o perdão de dívidas a ditaduras estrangeiras, com ricos administradores corruptos para beneficiar algumas empreiteiras, grandes financiadoras de campanhas eleitorais e tantas outras consequências dos desmandos dos atuais poderosos no Brasil.       A situação chegou ao limite do insustentável. É impossível continuar como está. A ideia imoral de eleição em lista fechada é uma falta de respeito com o cidadão. E já foi recentemente rejeitada pelo Congresso. Também é abusar do povo o financiamento público total das campanhas. Será que não perceberam que os tempos são outros? A população não aguenta mais os desmandos de marajás que conseguem aposentar-se com alguns meses de contribuição, com valores estratosféricos, enquanto a maioria não consegue sequer a manutenção dos direitos adquiridos. Autoanistia é inconstitucional!

         O povo brasileiro merece respeito e dignidade. É chegada a hora de todas as pessoas de bem unirem-se para que, algum dia, nossa Pátria volte a ser o que já foi em tempos passados. Um Brasil soberano, em ritmo de desenvolvimento, funcionando quase a pleno emprego, com uma real classe média pujante e com a contrapartida de serviços coletivos dignos.