CONJUNTURA NACIONAL –II

 

Artigo publicado em 06/08/2015 - Monitor Mercantil

 

Economista Marcos Coimbra Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Acadêmico Fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

         Em complementação ao artigo publicado na semana passada, apresentamos a capacidade do Poder Nacional para enfrentar os difíceis desafios existentes: Deterioração de quase todas as Instituições Nacionais (família, escola etc.); Executivo aparelhado partidariamente; Legislativo inteiramente cooptado, incapaz de exercer suas funções; Judiciário acuado, com conflitos permanentes e a emblemática situação de liberação dos principais chefes do “mensalão” e continuação na cadeia dos operadores; Corrupção endêmica alcançando praticamente todos os segmentos da sociedade; Ausência de oposição verdadeira aos ditames do Foro de São Paulo; Política externa lesiva aos interesses nacionais, incapaz de defender os Objetivos Nacionais Brasileiros, refém da tendência de criação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL) no continente.  Insuficiente aporte de investimentos em pesquisa pura e/ou aplicada, tornando o país cada vez mais dependente da tecnologia externa; Meios de comunicação altamente comprometidos com a prática “gramscista” de tentativa de estabelecimento do pensamento único e dependentes das verbas de publicidade de órgãos governamentais e grandes grupos empresariais; Acomodação das forças vivas da Nação, caracterizando um grave processo de anomia. Por exemplo, durante as comemorações do Dia do Índio em Roraima, alguns indígenas portavam uma bandeira mostrando a reserva demarcada da região Raposa/Serra do Sol. Além disto, índios da etnia tikuna criaram sua própria delegacia para combater o crime na aldeia Umariaçu, a 1.105 km de Manaus. As armas usadas pelos “policiais” indígenas são palmatória, chicotes e cassetetes. Eles usam fardamento com logotipo de dois cassetetes e um facão do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), design e nome criados por eles mesmos. Os detidos são levados a uma prisão de 1,5 metro quadrado. É evidente que se trata de uma iniciativa ilegal.

O Brasil não é uma “ilha da fantasia”. Em tese, é possível pensar um modelo de desenvolvimento econômico baseado em um mercado doméstico cuja distribuição de renda seja razoável. Mas não é o nosso caso, pois ao estimular o crescimento do mercado interno, o governo tem usado crédito e assistência social, o que aumenta a renda disponível dos mais pobres, sem que a distribuição da renda interna (salários +aluguéis +juros+lucros) seja de fato alterada. Na realidade, está havendo uma distribuição de salários, tirando daqueles que recebem mais para os que recebem menos e não uma repartição de renda.

Os canais de crédito popular, na medida em que a metástase da crise global vai avançando, definham com a queda na renda ou o medo de ficar sem emprego. A taxa de crescimento do PIB em 2015 será em torno de - 2%. Existem dois grandes problemas, no curto prazo. O primeiro, a perspectiva de alta na taxa de juros praticada pelo FED nos EUA para 4%, que acarretará elevação do dólar, fuga de capitais estrangeiros e crescente inflação importada. A inflação brasileira atual não é de demanda e sim, predominantemente, de custos. A elevação da SELIC apenas agrada aos banqueiros e agrava a situação. Não contribui para ajudar a resolver o problema. O segundo, a real possibilidade de rebaixamento do grau de investimento por duas das três agências de risco, fato capaz de ocasionar sérios danos ao nosso Sistema Econômico, causando uma aceleração do processo de fuga de capitais estrangeiros no país.

É vital a preservação da Soberania Nacional, com utilização plena dos nossos recursos naturais, de forma adequada, objetivando resolver os grandes desafios do terceiro milênio, alicerçada no nosso capital humano. O Brasil não pode continuar sem um Projeto de Desenvolvimento com sua implementação por especialistas competentes e não operado por indivíduos sem a menor qualificação, nomeados em nome da “coalização de cooptação”.