CAOS NO CAOS
Artigo publicado
em 25.04.13-MM
Prof. Marcos Coimbra
Membro do
Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da
Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
No plano internacional, foi eleito o novo
presidente do Paraguai, devendo o país ser reintegrado ao Mercosul.
O problema é a chantagem a ser concretizada pelos bolivarianos, pois só será
permitida sua volta caso concorde com o ingresso irregular da Venezuela no
bloco. Jornal daquele país chama o ministro das Relações Exteriores do Brasil
de “canalha intelectual”, em virtude da suspensão do Paraguai no Mercosul, após o impedimento do ex-bispo
Lugo, considerando o açodado reconhecimento da
vitória do herdeiro de Chávez, Nicolás Maduro, o qual obteve uma “vitória”
altamente suspeita, apesar de todo aparato empregado pela máquina governamental
e considerando as irregularidades havidas.
Aliás, fica o exemplo do acontecido para nós, pois
na Venezuela existe, caso haja vontade política, a possibilidade de recontagem
dos votos, apesar da existência da urna eletrônica, pois o voto é impresso e
colocado em uma urna, justamente para possibilitar a recontagem, No Brasil, não
há tal possibilidade, pois até agora, apesar do exemplo de outros países como a
Holanda e até o Paraguai, que abandonaram o sistema por falta de
confiabilidade, adotamos o antiquado modelo de 1ª geração. Inclusive estava
prevista a volta do voto impresso nas eleições de 2014, mas o STF suspendeu o
previsto, sem maiores explicações. É uma vulnerabilidade importante.
Persiste o drama dos doze torcedores corintianos,
aprisionados injustamente na Bolívia. A administração petista queda inerte e
não cumpre o dever de proteger os cidadãos brasileiros. Se a situação fosse
inversa, Morales já teria exigido e obtido a soltura dos presos. Não causa
surpresa tal inércia, considerando os antecedentes flagrados nos últimos dez
anos, quando até uma refinaria da Petrobras foi ocupada por tropas bolivianas,
sem a menor resistência por parte das “autoridades brasileiras”. Nem mesmo um
protesto formal diplomático. O lema é privilegiar os correligionários
“bolivarianos”, mesmo em detrimento dos interesses dos nacionais.
Na área interna, a sociedade presencia,
perplexa, os incríveis acontecimentos ocorridos. De início, o PSD, partido que
não é de esquerda, nem de centro, nem de direita é constituído, obtendo os
benefícios de participação no horário dito gratuito, bem como o recebimento de
recursos do fundo partidário. No presente momento, a bancada governista aprova
um projeto que veda os mesmos benefícios para outros partidos que venham a ser
criados. O objetivo é impedir a candidatura da ex-senadora Marina Silva e
dificultar o fortalecimento do candidato Eduardo Campos.
Ou seja, a candidata à reeleição pretende, como o
candidato Pezão, no Rio de Janeiro, ganhar por WO (por desistência, sem
candidaturas que levem a disputa para o segundo turno), na melhor tradição
bolivariana. É doutrina bolivariana a tomada do poder pelos meios democráticos,
para depois alterar as respectivas Constituições, assumir o controle do
Legislativo e do Judiciário, controlar a imprensa e perpetuar-se no governo, a
exemplo da Venezuela (herdeiro), Bolívia, Equador e Nicarágua (o próprio),
Argentina (família) e Brasil (“dedaço”). Tudo é
permitido. Até a interferência indevida de estrangeiros no pleito de outros
países, seja através de “marqueteiros”, seja por depoimento via meios de
comunicação de massa de ex-mandatários.
A presidente Dilma, acompanhada pela CNBB, vai de
encontro ao desejo da imensa maioria da população brasileira (89% - pesquisa da
OAB nacional), que exige a mudança da legislação no relativo à impunidade de
ferozes marginais menores de dezoito anos, que continuam a aterrorizar os
pacíficos e desarmados cidadãos, com garantia de impunidade. Além disto, continua
a permitir a tomada da Amazônia por grupos estrangeiros por intermédio da ação
de ONGs internacionais e da nefasta atuação da Funai,
ao demarcar irresponsavelmente áreas indígenas, abrindo a brecha para a
“balcanização” do Brasil. A meta principal da administração passa a ser a
reeleição. A situação econômica deixa de ser importante.
De fato, assistimos ao caos dentro do caos. Qual é
a solução?
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