BRASIL
DIVIDIDO
Artigo publicado em 27/08/2015 -
Monitor Mercantil
Economista Marcos Coimbra
Professor,
Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Acadêmico Fundador da ABD e Autor do
livro Brasil Soberano.
Denominamos de “países-baleias”
os quatro países (Brasil, China, Índia e Rússia, componentes do grupo BRIC), em
virtude de disporem de gigantescas extensões territoriais e enormes mercados
populacionais com crescente poder aquisitivo e qualidade de vida. É evidente
que os EUA ainda são a potência hegemônica mundial e, mesmo com sua decadência,
ainda terão grande importância, bem como a União Européia, no contexto
internacional, além do novo BRICs.
Considerando 2014, a China já é a
segunda economia do mundo, detentora de apreciável poder militar. A Índia e a
Rússia estão entre as dez maiores economias do mundo e também possuem elevado
poder militar. Em uma análise prospectiva, apesar de termos a sétima economia
do mundo (deverá ser ultrapassada no final de 2015), vasta extensão
territorial, abundantes recursos naturais existentes, da água ao titânio,
passando agora pelo petróleo, além de um povo ordeiro e trabalhador, a
fragilidade da expressão militar do Poder Nacional constitui uma
vulnerabilidade preocupante. De fato, há um plano arquitetado pelos "donos
do mundo" de enfraquecer as Forças Armadas dos países emergentes,
sufocando-as de todas as maneiras, financeira, econômica e moralmente.
É proibido o acesso à moderna tecnologia bélica,
seja no tocante a engenhos
nucleares, seja na área espacial. O trágico episódio da explosão do terceiro
VLS brasileiro, com a perda de vinte e um mártires é emblemático. Até jatos
supersônicos são proibidos. Fabricação de mísseis, nem pensar. Até a proibição
da comercialização de armas e munições queriam impor ao povo brasileiro. As
empresas nacionais seriam expulsas do mercado e o Brasil ficaria dependente até
da importação de um cartucho de 22. Desta forma, fica mais fácil intimidar e
até agredir nosso território, direta ou indiretamente. O estatuto do
desarmamento agride os direitos do cidadão brasileiro, não tivesse sido ele
imposto por diretrizes externas.
Os conceitos de Integração, Soberania e Integridade
do Patrimônio Nacional são importantes para serem lembrados por todos nós,
brasileiros, devido à insegurança vivenciada, gerada principalmente por
pressões de grupos com interesses inconfessáveis. Sofremos o risco de serem
agravadas as tensões no plano social, com o acirramento e a indução de choques
de caráter “racial”, religioso, étnico e até sexual ou de gênero. As
famigeradas ONGs e a mídia internacional, secundada pela mídia nacional, jogam
católicos contra protestantes e espíritas, brancos contra negros e índios e
outros. O objetivo é abalar nossa coesão social, para fragilizar-nos. Absurdas
imposições ideológicas e referendadas pelas últimas administrações, como o denominado
sistema de “cotas raciais”, começam a criar conflitos antes inexistentes em
nosso país.
Quanto à coesão territorial, estão
acelerando o processo de demarcação de terras indígenas, para depois preparar o
terreno para o "direito dos índios à autodeterminação" e para aplicar
o "direito de ingerência dos mais fortes". Isto lhes possibilitaria
retalhar o território brasileiro, em especial a Região Amazônica, dividindo-a
em quistos, a serem “protegidos” por uma força internacional de paz. Sob o
pretexto de defender os direitos dos índios, pretendem explorar nossas riquezas
e recursos naturais.
O revolver de chagas abertas há cerca
de 50 anos, abrindo feridas que deveriam estar cicatrizadas, com a Lei da
Anistia referendada pelo Supremo Tribunal Federal, por mais motivações que
apresentem, representa justamente o desejo do inimigo solerte. Enquanto olhando
pelo espelho retrovisor, digladiamo-nos ferozmente por várias razões, algumas
justificáveis, outras não, em virtude da parcialidade evidente, dando voz a
apenas um dos lados participantes da luta armada no país, os detentores do
poder enxergam com farol de milha, deleitando-se com nossa divisão interna e
avançando sem a devida resistência em nossas riquezas, afrontando nossa
soberania.
O passado foi-se. Nossos descendentes dependem
daquilo que conseguirmos legar para eles. Sequer temos um Projeto Nacional de
Desenvolvimento. Chega de ódio e sentimento de vingança! Houve excessos de
ambos os lados e, em nome do futuro, devemos lutar ombro a ombro contra as
formidáveis ameaças existentes ao nosso Progresso.
Após as manifestações do dia 16.08,
constatamos um país dividido, fruto inicialmente de uma irresponsável campanha
eleitoral, onde a candidata considerada vencedora pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), apesar da vulnerabilidade gritante do sistema de voto eletrônico de
primeira geração, praticou o maior estelionato eleitoral da história pátria. O
partido no poder usou recursos altamente questionáveis para perpetuar-se no
comando do Brasil, acirrando o ódio entre as classes sociais, utilizando
“pedaladas fiscais” e toda sorte de artifícios, amargando uma aprovação de
apenas 7,7 %. E agora? Qual será a saída para evitar a continuação do caos?
Quem será o personagem capaz de realizar a conciliação nacional?