ALÉM DE QUALQUER
LIMITE-III
Artigo publicado em 02/02/2017 - Monitor Mercantil
Economista Marcos Coimbra
Professor, Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho
Diretor do CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor
do livro Brasil Soberano.
Assistimos perplexos
e impotentes a mais um tsunami de episódios inacreditáveis e desmoralizantes.
Prossegue a tortura
no Estado do Rio de Janeiro, em especial dos servidores públicos estaduais. É
engendrado um “acordo” entre a administração estadual e federal, altamente
danoso e injusto para os cidadãos do caos instalado pela desastrosa e criminosa
“administração” Cabral, secundado pelos seus acólitos. Na realidade já existe
uma intervenção branca no RJ, considerando que não interessa à administração
federal a intervenção de direito, devido ao andamento das PECs.
O mais significativo é a imposição da conta a ser paga às vítimas de todo o
caos, enquanto os (ir)responsáveis permanecem ainda no
poder, com exceção do ex-governador e alguns de seus sequazes. É evidente que
operações deste porte apenas são realizadas com a cumplicidade de um grande
número de protagonistas, não apenas no âmbito do Executivo, como também do
Legislativo, em especial do TCE, e do Judiciário, bem como do MP-RJ. É
impossível que as movimentações gigantescas e anômalas não tenham sido
detectadas por quem possui o dever de ofício de fiscalizá-las.
Será que ninguém
sabia ou sequer desconfiava? A realização das Olimpíadas e Paraolimpíadas
sempre foi objeto de preocupação. De início, seu custo
estimado em, no mínimo, R$ 38 bilhões. Em seguida, as preocupantes experiências
anteriores, ocorridas em vários países, a exemplo de Atenas. E os elefantes
brancos. As obras superfaturadas, como o Maracanã, e mal feitas, com material
inferior, que já começam a deteriorar-se pouco tempo após o encerramento dos
jogos. A previsão de um aumento do fluxo de turismo receptivo, muito aquém das
estimativas, principalmente quanto às expectativas do futuro, após seu
encerramento. E os resultados esportivos também não alcançaram as metas
fixadas. Mas as “autoridades”, em especial os dirigentes do Comitê Olímpico
Brasileiro- COB, sorriam de felicidade, enchendo os
cofres de dinheiro.
E no contexto geral,
o papel da mídia amestrada foi relevante. Lógico, em seus aspectos negativos.
Não se ouvia, nem lia, nem via, qualquer crítica
significativa aos desmandos verificados. Existiam apenas elogios entusiasmados
ao ex-alcaide e ao
ex-governador. Nenhuma observação negativa diante da catástrofe que se
avizinhava. Ficou evidente a existência de uma orientação superior de fechar os
olhos aos “mal feitos” e somente enaltecer os sucessos verdadeiros ou
imaginados, ignorando as regras do bom jornalismo. Agora, alguns simpatizantes
ferrenhos das administrações anteriores, aparentemente, despertaram e começam a
desnudar aquilo que todos sabiam e nada noticiavam, abalando de modo acentuado
a sua credibilidade. Mas ainda criam fatores diversionistas para distrair a
atenção dos cidadãos.
Aliás, não há como
deixar de analisar a engajada participação de determinados veículos de porte da
imprensa carioca, na propaganda maciça do candidato do Psol
à prefeitura municipal do Rio. Quando a regra deveria ser a distribuição
equânime da divulgação aos dois candidatos no segundo turno, isto era feito,
mas da seguinte maneira. A metade da cobertura dedicada ao candidato Freixo era
feita com fatos positivos. A outra metade destinada ao Crivella era, em sua
maioria, de ataques ao mesmo. De fato, constatou-se uma cobertura criativa.
Outra
situação digna de análise refere-se às eleições nos EUA. Tanto a maioria
esmagadora da mídia norte americana como a sua sucursal brasileira, não apenas
era adepta da candidata Hillary, representante do sistema detentor do poder
político, como torcia, sem qualquer pudor, pela sua vitória. Fizeram o possível
para contribuir para a vitória da democrata, esquecendo as mais elementares
regras da ética jornalística. Chegaram ao ponto de ignorar a realidade que já
começava a surgir, aferrando-se ao resultado de pesquisas parciais, favoráveis aos
seus desejos, até o fim. Torturavam os números, tentando modificá-los. Um
exemplo flagrante foi o de uma correspondente da GloboNews nos EUA, a qual, quando chamada para
anunciar o resultado oficial da apuração, não percebendo que já estava no ar,
pronunciou um sonoro palavrão, tendo de ser lembrada pela colega no Brasil do
erro indesculpável cometido. Aliás, o fato persiste, sendo flagrante a intenção
de provocar o impedimento de Trump ou a adoção de
outra solução heterodoxa. Imaginam que estão tratando com idiotas.
E, entreguistas de plantão tentam ressuscitar a
impatriótica ideia de entregar a base de Alcântara aos EUA. Assim, é demais. Há
limite para tudo.