A QUEM INTERESSA O BRASIL DIVIDIDO

 

Artigo publicado em 16.05.13-MM

 

Prof. Marcos Coimbra

Conselheiro Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

Denominamos de “países-baleias” os quatro países (Brasil, China, Índia e Rússia, componentes do grupo BRIC), em virtude de disporem de gigantescas extensões territoriais e enormes mercados populacionais com crescente poder aquisitivo e qualidade de vida. É evidente que os EUA ainda são a potência hegemônica mundial e, mesmo com sua decadência, ainda terão grande importância, bem como a União Européia, no contexto internacional, além do ascendente BRIC.

         A China já é a segunda economia do mundo, detentora de apreciável poder militar. A Índia e a Rússia estão entre as dez maiores economias do mundo e também possuem elevado poder militar. Em uma análise prospectiva, apesar de termos a sétima economia do mundo, vasta extensão territorial, abundantes recursos naturais existentes, da água ao titânio, passando agora pelo petróleo, além de um povo ordeiro e trabalhador, a fragilidade da expressão militar do Poder Nacional constitui uma vulnerabilidade preocupante. De fato, há um plano arquitetado pelos "donos do mundo" de enfraquecer as Forças Armadas dos países emergentes, sufocando-as de todas as maneiras, financeira, econômica e moralmente.

É proibido o acesso à moderna tecnologia bélica, seja no tocante a engenhos nucleares, seja na área espacial. O trágico episódio da explosão do terceiro VLS brasileiro, com a perda de vinte e um mártires é emblemático. Até jatos supersônicos são proibidos. Fabricação de mísseis, nem pensar. Até a proibição da comercialização de armas e munições queriam impor ao povo brasileiro. As empresas nacionais seriam expulsas do mercado e o Brasil ficaria dependente até da importação de um cartucho de 22. Desta forma, fica mais fácil intimidar e até agredir nosso território, direta ou indiretamente.

Os conceitos de Integração, Soberania e Integridade do Patrimônio Nacional são importantes para serem lembrados por todos nós, brasileiros, devido à insegurança vivenciada, gerada principalmente por pressões externas. Sofremos o risco de serem agravadas as tensões no plano social, com o acirramento e a indução de choques de caráter “racial”, religioso, étnico e até sexual ou de gênero. As famigeradas ONGs e a mídia internacional, secundada pela mídia nacional, vão procurar jogar católicos contra protestantes e espíritas, brancos contra negros e índios e outros. Seu objetivo é abalar nossa coesão social, para fragilizar-nos. Absurdas imposições externas e referendadas pelas últimas administrações, como o denominado sistema de “cotas raciais”, começam a criar conflitos antes inexistentes em nosso país.

         Quanto à coesão territorial, estão acelerando o processo de demarcação de terras indígenas, para depois preparar o terreno para o "direito dos índios à autodeterminação" e para aplicar o "direito de ingerência dos mais fortes". Isto lhes possibilitaria retalhar o território brasileiro, em especial a Região Amazônica, dividindo-a em quistos, a serem “protegidos” por uma força internacional de paz. Sob o pretexto de defender os direitos dos índios, pretendem explorar nossas riquezas e recursos naturais.

         O revolver de chagas abertas há cerca de 50 anos, abrindo feridas que deveriam estar cicatrizadas, com a Lei da Anistia referendada pelo Supremo Tribunal Federal, por mais motivações que apresentem, representa justamente o desejo do inimigo externo. Enquanto olhamos pelo espelho retrovisor, digladiando-nos ferozmente por várias razões, algumas justificáveis, outras não, em virtude da parcialidade evidente, dando voz a apenas um dos lados participantes da luta armada no país, os “donos do mundo” enxergam com farol de milha, deleitando-se com nossa divisão interna e avançando sem a devida resistência em nossas riquezas, afrontando nossa soberania.

         O momento é de União. O passado foi-se. Nossos descendentes dependem daquilo que conseguirmos legar para eles. Sequer temos um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Chega de ódio e sentimento de vingança! Houve excessos de ambos os lados e, em nome do futuro, devemos lutar ombro a ombro contra as formidáveis ameaças existentes ao nosso Progresso.

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