A GUERRA PSICOLÓGICA
Artigo
publicado em 17/07/2017 - Monitor Mercantil
Economista
Marcos Coimbra ,
Professor, Assessor Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho
Diretor do CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor
do livro Brasil Soberano.
O Brasil sofre atualmente uma intensa guerra psicológica travada entre
poderosas forças antagônicas. Vamos recordar algumas ideias teóricas sobre o
assunto, escritas em artigo de dez/2007 neste espaço.
A guerra psicológica caracteriza-se pelo emprego planejado da propaganda
e da exploração em outras ações, com o intuito de influenciar opiniões,
emoções, atitudes e comportamento de grupos adversos ou neutros, de modo a
apoiar a consecução dos objetivos nacionais.
O propósito da guerra psicológica é
desmoralizar o adversário ou inimigo, dando-lhe uma sensação de insegurança, de
impotência e de descrença no seu êxito, que o leve a rendição, se possível,
obtendo sua posterior colaboração ativa, usando propaganda e contrapropaganda,
com respeito aos aspectos éticos. Seu público-alvo consta de grupos inimigos,
de conformidade com as hipóteses de guerra, constituído por indivíduos ou
grupos que reconhecidamente não compartilham das aspirações nacionais e se
contraponham à consecução dos objetivos nacionais, estejam ou não a serviço de
grupos estrangeiros e aos neutros, aí incluídos os que o são por conveniência
pessoal. Deve ser empregada de modo a diminuir a capacidade combativa do
adversário, explorando todas as vulnerabilidades políticas, econômicas,
psicossociais e militares, a impedir ou desencorajar ações contrárias aos
interesses nacionais, através de uma propaganda bem organizada ou de
demonstrações ostensivas, produzindo efeitos depressivos no moral adversário.
Sua propaganda caracteriza-se pela disseminação de informação para influenciar
a opinião pública, observados os princípios: dinâmica, ofensiva, afirmação,
existência, original.
O conflito social é um processo social
básico de convivência que se caracteriza por uma operação personalizada, voluntária e
descontínua, visando à conquista de um valor social escasso. Segundo A. Lee
Brown Jr. as causas do conflito político são : a) o fulcro
do conflito na própria natureza humana; b) o conflito advém da distribuição dos
bens materiais e da luta entre classes; c) o conflito e o comportamento
agressivo resultam de uma condição psicossocial de frustração; d) o conflito
surge da heterogeneidade cultural que fragmenta a identidade nacional; e) o
conflito advém do crescimento do mundo, do progresso tecnológico e do consumo
de recursos vitais. Os principais meios de solução das controvérsias
internacionais, segundo Hildebrando Accioly são: a) meios diplomáticos:
negociações diretas, congressos e conferências, bons ofícios, mediação, sistema
consultivo; b) meios jurídicos: arbitragem, solução judiciária, comissões de
inquérito e conciliação, comissões mistas; c) meios coercitivos: retorsão, represálias, embargo, boicotagem, bloqueio
pacífico, ruptura de relações diplomáticas.
É óbvio que a administração petista não
está sofrendo ataque através de uma guerra psicológica. Afinal, os
veículos de comunicação apresentam, todos os dias, matérias altamente
elogiosas, mercê das vultosas verbas governamentais distribuídas à mídia
amestrada.
Analisando todas estas considerações, podemos compreender melhor o que
está ocorrendo no Brasil e no mundo. Em nosso país, verificamos como os meios
de comunicação, dominados pelos "donos do mundo", em conluio com
institutos de pesquisa e com a falta de confiabilidade das urnas eletrônicas de
primeira geração são capazes de conduzir a população brasileira, elegendo quem
desejam, apeando do poder seus adversários ocasionais. No mundo, identificamos
o total controle dos meios de comunicação por parte dos detentores do poder
político, que chega ao cúmulo de restringir direitos constitucionais dos seus
cidadãos, preservados ao longo dos tempos, obrigando ainda os demais países a somente veicular aquilo que desejam, censurando a tudo e a todos.
A reação a esta tese consiste no
momento em uma antítese caracterizada pela brutal intervenção de governos
totalitários, como nos vizinhos bolivarianos Venezuela, Bolívia e Equador , com a eliminação de qualquer veículo de
comunicação que não propague o determinado por eles, convertendo a mídia
amestrada em um gigantesco Granma, a exemplo do antigo Pravda na URSS.
É preciso uma síntese capaz de
propiciar a sobrevivência de uma verdadeira imprensa livre, através de uma
severa avaliação crítica do que se está lendo, para não sermos vítimas
inocentes das operações características de uma verdadeira guerra psicológica,
capazes de influenciar nossos corações e mentes, transformando réus em vítimas
e vice-versa. Chega a ser ridícula a ação de determinados órgãos de comunicação
e de alguns profissionais que se esquecem das regras áureas da
imparcialidade, engajando-se como agentes políticos de determinadas correntes
ideológicas.
Exemplos flagrantes recentes são
os da correspondente da GloboNews,
quando do anúncio da vitória de Trump nos EUA, ao
soltar no ar um sonoro palavrão de decepção, pois estava em campanha contra o
republicano e o de agora, quando, chefiada pela Vênus platinada, a mídia
amestrada empreende uma santa cruzada de destruição da administração Temer, sem
entrarmos no mérito da questão. O que
está por detrás disto ($$$)? Pensam que o cidadão é burro e pode ser manipulado
por eles.