ADMINISTRAÇÕES IMPATRIÓTICAS

Artigo publicado em 05.12.13-MM

Prof. Marcos Coimbra

Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano.

         Causa-nos perplexidade a obsessão governamental em obter um assento no Conselho de Segurança da ONU. Quais as verdadeiras razões por trás disto? Para ser útil a outros países? Afinal, o Brasil não possui poder de dissuasão nuclear, nem veículos lançadores de satélites com capacidade de retaliação. A atual administração, a exemplo de anteriores, sequer tem propiciado às Forças Armadas recursos orçamentários capazes de manter sua capacidade operacional em nível adequado à estatura estratégica do país.

         Os salários dos militares estão abaixo da média de outras carreiras de Estado. Nem há verbas para o “rancho” deles. São obrigados a cumprir meio expediente em parte da semana, pois não possuem nem o que comer. Os projetos de pesquisa indispensáveis ao aprimoramento tecnológico das três forças singulares estão atrasados. A Marinha já poderia ter o submarino nuclear, indispensável à proteção de nossa imensa costa. Existe tecnologia, porém os esforços duramente obtidos, ao longo do tempo, estão sendo perdidos. Nossos técnicos abandonam suas funções, em virtude dos baixos salários e da ausência de condições de trabalho. Agora, parece que o processo começa a deslanchar, devido à pressão da indústria bélica.

A FAB é obrigada a operar com caças ultrapassados, comprados de 2ª mão. Se houver uma situação de guerra, será muito difícil colocar no ar, em condições de combate, a quantidade mínima de aeronaves para garantir a proteção de nosso território. A novela da compra de caças mais modernos perdura sem solução, adiada pelas sucessivas administrações.

         O Exército opera com armas de 40 anos atrás. Como pensar em ser respeitado e participar como ator significativo no concerto das nações? O ministério da Defesa continua a ser um verdadeiro “elefante branco”. Até chefes militares são perseguidos, quando, cumprindo seu dever, anunciam aquilo que todos sabem. Que é impossível o cumprimento da função constitucional das Forças Armadas na situação atual.

         A Mobilização Nacional é descurada. Poucas autoridades conhecem o assunto. No transporte aéreo, a VARIG foi destruída e, em caso de emergência, não teremos condições de usar a aviação civil nacional como apoio. O mesmo acontece com a Marinha quanto à capacidade de transformação de meios civis em militares. A Força terrestre não possui munição satisfatória, nem combustível adequado para deslocar-se e atuar em caso de necessidade. A irresponsabilidade da administração federal atinge limites nunca imaginados.

         No campo interno, a coesão social é destruída, com a importação de modelos alienígenas, onde se procura jogar negros contra brancos, brancos contra índios etc. Em nenhum país do mundo seria admitida a possibilidade, como no Brasil de hoje, da demarcação de áreas indígenas em regiões de fronteira, com o evidente risco de perda futura destas áreas, em função de pressões externas. Por “coincidência”, estas áreas, demarcadas de modo duvidoso, sem a necessária oitiva do Conselho de Defesa Nacional e aprovação do Congresso, encontram-se justamente em cima das regiões mais ricas da Amazônia, onde o subsolo tem água doce, urânio, nióbio e outros minérios raros.

ONGs estrangeiras, com cúmplices nacionais, praticam livremente a biopirataria e o contrabando de nossas riquezas, sem qualquer controle. É urgente definir várias questões sobre nossos índios. Eles são brasileiros ou passaram a ser considerados estrangeiros? A maior parte de nossos irmãos indígenas já é aculturada e a miscigenação é uma realidade. Como considerá-los selvagens, que necessitam de grandes extensões de terra para caçar e pescar? A experiência demonstra que eles são manipulados por alienígenas, com interesses espúrios, objetivando tirá-los do Brasil.

         Na área externa, a tibieza demonstrada no trato com a Bolívia, seguida do Paraguai (Lugo) abriu o precedente. A cada dia, a administração federal vai cedendo mais e aceitando exigências absurdas, em detrimento do povo e da Nação. Dívidas vultosas de outros países são perdoadas pela administração petista sem aprovação do Congresso. Um ardiloso documento da ONU sobre indígenas foi assinado por representantes da administração federal. Onde estava o Itamaraty? E quem paga e pagará? Somos nós e as gerações futuras.

         Isto perdurará até o momento em que a conjuntura econômica mundial deixar de ser favorável. Quando a nossa economia sofrer as consequências da nova tormenta econômica mundial que se avizinha, chegará a hora da verdade, quando todos nós, brasileiros, teremos que assumir nossas responsabilidades e resgatar a Soberania perdida.

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